O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quarta-feira a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e disse não ver problemas nas exposições públicas a que ela tem se submetido nos últimos meses. Como chefe do Comitê Gestor do PAC, Dilma seria uma presença normal e esperada em anúncios de investimentos, principalmente após a decisão do governo de manter os projetos do PAC e os programas sociais mesmo diante da crise financeira mundial.
Nesta manhã, DEM e PSDB recorreram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por avaliarem que o governo federal tem utilizado projetos em andamento, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para fortalecer o nome de Dilma no cenário nacional e alçá-la à potencial sucessora de Lula em 2010.
Na consulta encaminhada ao TSE, as legendas oposicionistas, por meio do presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), questionam se "constitui propaganda eleitoral extemporânea a realização de eventos que, a pretexto de difundirem os feitos de gestões governamentais em andamento, buscam impulsionar a pré-candidatura de determinados agentes públicos".
Ao defender a legitimidade da presença de Dilma nos eventos públicos do governo, durante reunião do Conselho Político da Coalizão, o presidente Lula lembrou que, quando há uma solenidade de inauguração de escola, por exemplo, o ministro da Educação, Fernando Haddad, está presente e isso não é motivo de alarde.
De acordo com o deputado Rocha Loures (PMDB-PR), presente ao encontro, os parlamentares observaram que as eleições presidenciais de 2010 e a eventual candidatura de Dilma ao Palácio do Planalto não devem contaminar os trabalhos e votações no Congresso neste ano.
Segundo o relato de políticos que participaram do encontro, a ordem para 2009 é tratar o ano como um período de trabalho e acelerar a votação de projetos como a reforma tributária, que poderiam atenuar os efeitos da crise econômica mundial.
