Desde que foi eleito, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve uma linha direta de consultas como ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, com o objetivo de obter informações sobre a oposição. Segundo informações do O Estado de S. Paulo, as conversas secretas foram intermediadas pelos então ministros Antonio Palocci, da Fazenda, e Márcio Thomaz Bastos, da Justiça.
O contato se intensificou durante o escândalo do MENSALÃO, quando os ministros pediram para que que Fernando Henrique agisse para evitar um pedido de impeachment da oposição. O ex-presidente se posicionou publicamente contra o impeachment, naquela ocasião.
Os dois ministros confirmaram os contatos e disseram que Lula sempre soube dos encontros, antes e depois da sua realização. Mais de uma vez, Lula teria sugerido a Palocci: "vai conversar com o Fernando Henrique". Palocci teria sido acionado, inclusive, quando já estava fora do governo, em dezembro de 2007.
Ao jornal, Fernando Henrique avaliou a situação:
"Eu não fiquei contra o impeachment porque eles me pediram, mas porque sou muito cauteloso nessas questões. Na época, não havia condições políticas para sustentar um pedido de impeachment de Lula. Criaria uma cisão no Brasil."
