O Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo informou que entrou em acordo com a Polícia Civil para suspender a greve da categoria, iniciada às 8h desta terça, até a próxima quarta-feira, quando, segundo o órgão, haverá nova reunião. A categoria participou nesta tarde de uma audiência de conciliação na sede do TRT e o estado de greve ainda está mantido.
Os policiais civis reivindicam aumento salarial de 58%. Em todo o Estado, a categoria tem 33 mil trabalhadores. O Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo informou que só atenderia aos casos "inadiáveis" durante a paralisação.
O presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Adpesp), Sergio Marcos Roque, acredita que a decisão da Justiça de suspender a greve, mas manter o estado de paralisação dos policiais, é importante. "Para nós isso é excelente, porque a Justiça reconheceu e legitimou a greve. Com isso, o governo tem até quarta-feira para apresentar algo real porque, agora, é Justiça do Trabalho", diz o sindicalista.
O delegado acha que a decisão da reunião foi favorável aos policiais civis. "Isso fugiu das mãos do governo. E para nós ainda foi importante porque a desembargadora proibiu qualquer tipo de retaliação ou punição aos colegas que aderiram à greve", afirma.
A greve anunciada pela polícia ainda pegou algumas pessoas de surpresa. O motorista Carlos Eduardo de Castro, 28 anos, estava indignado com o movimento. Ele pagou R$ 250 pelo exame de habilitação de carreta que não foi realizado nesta quarta-feira, em Araraquara. "Perdi o dia e só fomos avisando quando chegamos aqui. É uma baita falta de respeito", diz o motorista.
Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que os delegados com acúmulo de cargos do interior vão ter os vencimentos corrigidos em 100%.
Várias delegacias desligaram os computadores, encostaram o portão e só atendem casos de emergência ou flagrantes. Algumas pessoas que procuraram os distritos nesta manhã foram orientadas a retornar outro dia.
A capital do Estado estaria com 40% do atendimento interrompido. A greve também chegou no litoral norte e cidades como Ubatuba deixaram de atender a população. No litoral sul, estaria confirmada a paralisação em Peruíbe e outras cidades praianas.