O candidato petista às eleições municipais em São Bernardo de 2008, Luiz Marinho, declarou à Justiça Eleitoral não possuir nenhum bem ou conta corrente de acordo com demonstrativo que consta da página do candidato no TSE (http://www.tse.gov.br). O fato de nada possuir estranhou juristas que visualizam problemas para o candidato do PT. “Pode indicar fraude caso a movimentação de contas sejam significativas”, comenta um jurista consultado pelo @HORA.
Luiz Marinho, que ocupou cargos de destaque, seja em sindicatos (presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e da CUT), seja na esfera pública federal (ministro do Trabalho e da Previdência), teve restituição do Imposto de Renda até sair da esfera sindical para ingressar na esfera pública, segundo a receita federal.
“Não dá para acreditar que em todos esses anos ele não comprou nenhum bem em seu nome. Se está tudo no nome de alguém algo pode estar errado”, comenta Fábio, petista e militante.
O ex-petista, agora filiado ao PSOL e candidato à prefeito pela legenda, Aldo dos Santos, disse que a vida de um homem público deve ser pautada pela transparência e sobre o fato de Luiz Marinho afirmar nada possuir, Aldo disse que “Trabalhar a vida inteira e não ter nada em seu nome é estranho e pode demosntrar falta de transparência. Tenho muito pouco, mas consegui o que tenho com muito trabalho”, afirma o ex-vereador do PT agora no PSOL.
Após as denúncias, Luiz Marinho informou que possui somente R$ 15 mil em conta bancária conjunta com sua esposa Nilza de Oliveira. Para juristas, o fato de omitir a conta conjunta poderia indicar fato que o ministério público venha a questionar sobre a veracidade das informações, entretanto se tudo estiver em nome de terceiros, não há ilegalidade.
No passado recente casos semelhantes apontavam que “laranjas” mantinham em seu nome bens de políticos de forma a salvaguardar suas imagens. “O problema de manter bens em nome de terceiros é se algo acontece com o ‘laranja’. Se ele é pego ou morre a fortuna pode ir para o Estado ou para seus descendentes”, comenta Paulo Ricardo que é advogado na área de família e sucessão.
“Não tem conta corrente? E poupança? Como ele recebia seu salário? Era tudo em dinheiro vivo?”, dispara um morador do Rudge Ramos.
O fato de não possuir bens pode vir a desmotivar militantes na campanha uma vez que a suposta falta de transparência indique novos conceitos sobre o candidato petista.
Procurado pela reportagem, a assessoria do candidato disse que retornaria, mas não obtivemos retorno até o fechamento da edição.