Todas as quartas-feiras ela está em uma praça ou parque para entreter a população. Formaturas civis e militares, desfiles cívicos, eventos municipais e recepção de autoridades, além de apresentações didáticas para crianças das Emebs (Escolas Municipais de Educação Básica), também fazem parte de sua programação mensal. Essas são algumas das atividades da Banda Sinfônica Municipal de São Bernardo, que há 34 anos entretém a população com seu repertório diversificado, executado por músicos qualificados.
Nesta quarta-feira, 16 de julho, quem confere a performance da Banda Sinfônica é a população do bairro Jordanópolis: a Banda Sinfônica estará na Praça Zequinha de Abreu. “O público que não conhece nossa banda se surpreende quando assiste, seja pelo tipo de repertório, pela quantidade de músicos ou até pelo traje que usamos – que é sempre calça, camisa e paletó, e gravata, dependendo da solenidade”, diz Valter Bruzati, 51 anos. Ele faz parte da banda desde o início, há 34 anos, e 17 como regente – antes tocava trombone, que começou aos 14 anos.
Segundo Bruzati, o repertório é escolhido de acordo com o tipo de solenidade, e sempre agrada mais do que o esperado. Por não depender de energia elétrica, a banda pode se apresentar praticamente em qualquer lugar. “No fim das apresentações, sempre vêm algumas pessoas conversar com a gente”, afirma o regente. “Acho muito bom a Prefeitura manter uma banda sinfônica, para levar a música para a população, as crianças, os adultos e os idosos. É um investimento muito importante.”
Com uma média de 40 apresentações por mês, “que podem chegar a 80, dependendo da época”, segundo Bruzati, a corporação mantém seus ensaios duas vezes por semana, às terças e quintas-feiras, das 9h às 12h, no Teatro Martins Pena. Hoje é composta por 35 músicos – sendo cinco mulheres –, muitos dos quais, como o regente, integrantes desde a formação da banda. É o caso de Gilmar Pontes, 50 anos, baterista. “Eu comecei na Banda Mirim do Rudge Ramos, aos 9 anos de idade. A receptividade do público é muito boa”, conta Gilmar, que já deu aulas de bateria, por 10 anos, e nos fins de semana toca na banda de um restaurante de São Bernardo, há 30 anos. “A música é uma coisa que está dentro da gente, o dia que não tem, a gente sente falta. Meus dois filhos também são bateristas”, completa.
Benedito Gomes de Moraes, 66 anos, está na banda há 28 anos, onde toca clarinete. “Para mim é muito importante, muito bacana. Os colegas são bem capacitados, o entrosamento é muito bom”, disse. Clarinete também é o instrumento de Manoelito Gonçalves Oliveira, 61 anos, desde 1975 na corporação. “O ambiente é muito agradável, assim como os colegas e o trabalho que a gente faz. A música é minha vida, meu ganha-pão”, afirma.
Com um repertório voltado mais para a |MPB, a banda, no entanto, toca de tudo: hinos, clássicos, marchas, música erudita, militar e infantil. “O nosso repertório é bom, tem ritmos diversos, de acordo com o público”, diz Antonio Batista, 55 anos, há 23 anos na banda, onde toca sax tenor. “Onde nós tocamos, o pessoal gosta, e sempre solicita a banda”, afirmou. “A música me dá paz de espírito, na hora em que estou tocando, sinto-me gratificado.”
A tradicional Banda Sinfônica Municipal de São Bernardo já despertava o interesse de Uziel Pereira Porto, 41 anos, há 21 na corporação, cujo instrumento é clarinete. “Quando eu era garoto, a Banda já chamava minha atenção, e era um sonho tocar na Banda. Costumo falar que as apresentações são quentes, o pessoal gosta e participa com a gente”, concluiu.
Didático – A Banda Sinfônica não se limita apenas a animar um evento ou entreter o público. A corporação faz o que chama de Apresentação Didática, quatro vezes ao mês, nas Emebs. No repertório, cirandas de roda, Atirei o Pau no Gato, Popeye, Pirulito que Bate-Bate e outras tantas canções voltadas ao público infantil.
O regente apresenta os instrumentos para as crianças, falando o nome e a voz dos mesmos. Por exemplo, os músicos que tocam clarinete fazem, ao mesmo tempo, um som similar ao das crianças conversando. Ou imitam o som de uma locomotiva. O sax tenor compara com a voz do papai. O sax alto, com a voz da mamãe “As crianças interagem bastante, depois mandam cartas para a gente e os desenhos”, diz Bruzati. Ele refere-se aos desenhos que pede para que as crianças façam na aula após a apresentação, do instrumento que mais gostaram.
Na Apresentação Didática, Bruzati interage o tempo todo com as crianças. Faz brincadeiras do tipo “quem canta mais forte”, ou “só as meninas cantando”, depois “só os meninos”. No fim da apresentação de cada grupo de instrumentos, é tocada uma música só com os instrumentos que acabaram de ser apresentados.
“As formações musicais de São Bernardo são muito importantes”, diz Bruzati, referindo-se, por exemplo, às bandas Mirim em Formação, Mirim e Jovem, mantidas pela Prefeitura. “A música tira a criança da rua, pois se ela está aprendendo música, fica em casa estudando o instrumento. E mexe com o sentimento, acalma a pessoa, traz tranqüilidade e amor”, completa.
BANDA SINFÔNICA MUNICIPAL DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
PRÓXIMAS APRESENTAÇÕES
Regente: Valter Bruzati
Data: 16 de julho
Horário: 10h
Local: Praça Zequinha de Abreu, bairro Jordanópolis
Grátis
Data: 23 de julho
Horário: 10h
Local: Parque Municipal Engenheiro Salvador Arena – av. Caminho do Mar, 2.980, Rudge Ramos
Grátis
Data: 30 de julho
Horário: 10h
Local: Praça Giovanni Breda, bairro Assunção
Grátis
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