A Prefeitura de São Bernardo está intensificando o trabalho de conscientização sobre a febre maculosa. Neste mês de julho, os técnicos do Centro de Controle de Zoonoses estão visitando as casas do bairro do Alvarenga para conversar com a população e examinar os animais. O maior número de casos do município está localizado nessa região, por causa da mata nativa ainda existente.
O objetivo é conscientizar os proprietários a cuidarem de seus animais, mantendo-os livre de carrapatos, com banho de carrapaticidas. E evitar que os animais tenham acesso às áreas de risco. Depois dos mosquitos, os carrapatos são os maiores transmissores de doenças. No Brasil, a doença transmitida por eles que mais preocupa é a febre maculosa.
A informação é fundamental para combatê-la. Se não tratada corretamente, ela pode levar à morte em até duas semanas. Por ser característica da zona rural, e aparecer normalmente em focos isolados, infelizmente, a febre maculosa acaba caindo no esquecimento. A dificuldade no diagnóstico se junta ao desconhecimento por parte da população e à desinformação de médicos.
Por isso, a Prefeitura de São Bernardo está usando os meios de comunicação, placas em áreas de risco e panfletos informativos para conscientizar a população. É preciso ficar atento ao início dos sintomas. A febre maculosa pode ser facilmente combatida, se tratada inicialmente com antibióticos indicados.
A população deve ficar alerta, e informar ao médico caso tenha tido contato com o carrapato ou resida em área com carrapatos. A febre maculosa é uma doença transmitida pelo carrapato-estrela ou carrapato de cavalo. Não é o carrapato comum, que encontramos geralmente em cachorros, mas as espécies Amblyomma cajennense e Amblyommaaureolatum, cuja larva também é chamada de carrapato pólvora ou micuim. Embora costume se alimentar do sangue de cavalos, pode ser encontrada em vários outros animais, como capivaras, coelhos, gado, cães e outros. Em 2007, São Bernardo registrou quatro casos, que foram a óbito. Neste ano, foram notificados oito casos suspeitos, sendo que seis foram descartados e dois estão sendo investigados.
De 2 a 14 dias após contato com o carrapato, a pessoa pode apresentar febre alta, dor de cabeça, calafrios, máculas (pontinhos avermelhados) na palma da mão e sola do pé e dores no corpo (principalmente nas costas e barriga da perna).
Cuidados – É importante que as pessoas tenham alguns cuidados quando freqüentarem áreas propícias à criação de carrapatos, como margens de rios e matas:
· Evitar caminhar, sentar, deitar em áreas infestadas por carrapatos;
· Quando freqüentar áreas de risco, utilizar barreiras físicas no corpo, como calça e camisa de mangas compridas e roupas claras, que facilitem a visualização dos carrapatos;
· Vistoriar o corpo minuciosamente a cada 2 ou 3 horas, prestando atenção ao ‘micuim” (forma jovem do carrapato), que é mais difícil de achar;
· Aparar o gramado o mais rente ao solo, facilitando a penetração dos raios solares;
· Manter os cães, cavalos e outros animais livre de carrapatos, com banho de carrapaticidas. E principalmente evitar que os animais tenham acesso às áreas de risco.
Caso encontre carrapato, é necessário certos cuidados para retirá-lo: não espremê-lo com as unhas para não se contaminar, não encostar objetos aquecidos (fósforo, cigarro) e retirá-lo com calma através de leves torções com uma pinça.
As pessoas que tiveram contato com carrapatos ou apresentarem qualquer dos sintomas descritos acima, devem procurar a Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua casa e não esquecer de relatar que foi picado por carrapato ou esteve em áreas de risco de contaminação.