Prisão de Dantas e Nahas retoma investigação sobre mensalão

 

Politica - 11/07/2008 - 06:49:53

 

Prisão de Dantas e Nahas retoma investigação sobre mensalão

 

Da Redação com Abr

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

A convocação do banqueiro Daniel Dantas, do investidor Naji Nahas e do ex-ministro da Secretaria de Comunicação Luiz Gushiken para prestarem depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Escutas Telefônicas, representa o início da movimentação da oposição para resgatar as investigações do esquema do "mensalão".

De acordo com o deputado tucano Gustavo Fruet (PR), autor dos requerimentos, muitos fatos não chegaram a ser investigados pela CPI dos Correios, que funcionou em 2005 e 2006.

A suspeita, de acordo com o deputado, é que as corretoras que doaram dinheiro para a campanha de partidos da base do governo operavam para Nahas. Existe ainda, segundo Fruet, a suspeita de que Nahas teria sido o portador de dinheiro que a empresa Telecom Itália supostamente pagou a autoridades brasileiras, a título de propina.

"Há conexão entre os fatos investigados pela CPI dos Correios e as investigações realizadas atualmente pela Polícia Federal. São os mesmos fatos apurados, os mesmos personagens e a mesma forma de operação", disse o deputado, que foi sub-relator de movimentação financeira da CPI.

A CPI dos Correios investigou o esquema de pagamento do "mensalão", para deputados da base aliada ao governo, interessado, por sua vez, na aprovação de matérias específicas pelo Congresso Nacional.

Fruet acredita que não haverá empecilhos jurídicos para o resgate das informações. "Já tem decisão do Supremo Tribunal Federal [STF] que permite esse tipo de ampliação, de resgate das investigações", destacou.

O deputado lembrou que a Corretora Garanhuns, pertencente a Lúcio Bolonha Funaro, um dos presos na operação Satiaghara, figurou entre as empresas investigadas no esquema coordenado pelo publicitário Marcos Valério, o chamado "Valerioduto". A empresa é apontada por ser utilizada para repatriar recursos para o ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, também preso pela Polícia Federal.

"A Garanhuns deu dinheiro para o PL, hoje PR. O ex-diretor da Corretora Bonus-Banval, Breno Fischberg, era operador do Naji Nahas na Bolsa e a Bônus-Banval deu dinheiro para o PP. Fischberg e Nahas trabalharam na DTVM na década de 80, no Rio de Janeiro. Em função de operações do Naji Nahas na Bolsa do Rio, Fischberg chegou a ficar impedido de atuar no mercado financeiro", relatou Fruet.

De acordo com o deputado, a CPI não teve tempo de investigar todo o esquema. Ele ressaltou que muitos dados chegaram ao final das investigações ou até mesmo depois do encerramento dos trabalhos da CPI. "Foram mais de seis milhões de operações bancárias. São mais de R$ 1 trilhão na base de dados da CPI. No máximo 10% disso chegou a ser auditado. Foram mais de 25 milhões de ligações telefônicas", disse.

Os pedidos para que Dantas, Nahas e Gushiken prestem depoimentos à CPI das Escutas Telefônicas, deverão ser apreciados em reunião da CPI, na próxima semana.

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