O presidente da Telefônica, Antonio Carlos Valente, explicou que o problema técnico que deixou a Internet fora do ar em São Paulo começou em Sorocaba, no interior do Estado. De acordo com Valente, o roteador (equipamento da rede) que detonou a interrupção dos serviços foi detectado e isolado, mas o problema persistiu. "A Telefônica vai contratar um instituto independente, o CPqD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações), que emitirá um laudo em 10 dias para saber o que realmente aconteceu", afirmou.
Tecnicamente falando, explicou Valente, o problema aconteceu na parte baixa da rede e o que se está procurando entender é por que ele subiu para a parte alta. "A instabilidade no sistema começou a ser sentida por volta das 12h de quarta-feira na rede de dados da Telefônica. O problema foi sanado por volta das 23h de quinta-feira", afirmou. Segundo o executivo, até as 17h desta sexta-feira, quatro delegacias, um posto do INSS e seis das 560 unidades ligadas ao Tribunal de Justiça no Estado ainda apresentavam instabilidade.
Em reunião no Procon-SP, no final da tarde de hoje, a Telefônica assegurou que irá reparar os prejuízos sofridos pelos usuários do serviço (assinantes) e pessoas físicas atingidas de forma indireta pelo problema técnico. Para os assinantes, explicou Valente, a empresa apresentou ao Procon a proposta de um abatimento de três dias - 72 horas - na próxima fatura. Em relação às grandes empresas, que têm contratos prevendo multa à Telefônica por descumprir o serviço, Valente afirmou que a empresa discutirá caso a caso a compensação dos prejuízos.
Falha humana
Valente disse que a hipótese de falha humana como causa do problema técnico não foi descartada, embora não exista nenhum indício neste sentido. "Pela característica do problema, é praticamente impossível que tenha sido uma ação isolada, de alguém que tenha invadido a rede para provocar o problema."
Ao ser questionado se houve demissões na área em que ocorreu o problema e se isso poderia ser a origem dos ataques, Valente respondeu que, como em outras empresas, existe na Telefônica um processo de terceirização de serviços. "Mas isso é um procedimento normal e não se acredita que esta tenha sido a causa do problema", acrescentou.
Valente reiterou que, desde o primeiro momento, a empresa tem sido transparente e ética. Também assegurou que a Telefônica não faltará com suas responsabilidades. "Ainda que o erro possa ter acontecido em equipamentos de fornecedores nossos, a responsabilidade pelo que aconteceu é da Telefônica", disse.