A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, negou nesta noite que esteja em campanha para suceder o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2010. De perfil técnico, a ministra abriu espaço na agenda para acompanhar uma missa do padre Marcelo Rossi em plena Esplanada dos Ministérios. Ao lado da primeira-dama, Marisa Letícia, e do chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, a ministra foi benzida por religiosos e discursou a uma platéia de cerca de 10 mil católicos que celebravam a inauguração de um canal de TV da rede Canção Nova, em Brasília.
"O presidente Lula não pôde estar com vocês aqui, mas ele está em espírito pensando em vocês. Eu trago hoje aqui o voto de parabéns do presidente, do nosso governo, de todos os ministros à Canção Nova e em especial a esse homem de fé e de força, que é o monsenhor Jonas Abib (fundador da comunidade Canção Nova). Quero agradecer a possibilidade de ter participado desse ato e agradecer à Canção Nova esse testemunho de amor, paz e justiça e sobretudo de fraternidade", disse. Durante todo o culto, Dilma participava com palmas, mas não fez as famosas coreografias das músicas de padre Marcelo.
Ao final do encontro, Dilma se esquivou de comentar o potencial eleitoral dos católicos e não respondeu se temia contestações judiciais por eventual antecipação de campanha. Ela disse "não ter cabimento" relacioná-la apenas a eventos técnicos e afirmou que estava na missa representando o presidente Lula.
"Eu acho que as pessoas não podem ser reduzidas a um perfil. Não tem cabimento. Eu represento aqui o governo do presidente Lula nesse e em outros atos. O governo reconhece a Canção Nova um movimento religioso no sentido de construir no Brasil uma comunidade de paz, de fraternidade, de amor com mensagens que só podem ser para todos aqueles que se preocupam com a população brasileira e só podem ser louvadas", explicou a ministra.
"Nosso governo é um governo laico, mas ele reconhece nos movimentos religiosos uma força muito grande no sentido da coesão da sociedade, da estruturação da força, do bem, é uma força benéfica para o País. O presidente foi convidado, sente muito não ter estado presente e pediu a mim, à dona Marisa e ao Gilberto Carvalho que o representasse", concluiu.