Casa Civil favoreceu compradores da Varig, diz ex-diretora da Anac a jornal

 

Nacional - 06/06/2008 - 08:37:39

 

Casa Civil favoreceu compradores da Varig, diz ex-diretora da Anac a jornal

 

Da Redação com Agência Estado

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Em entrevista ao 'Estado de S.Paulo', Denise Abreu diz ter sofrido pressão.

Em entrevista ao 'Estado de S.Paulo', Denise Abreu diz ter sofrido pressão.

A ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Denise Abreu, que deixou o cargo em agosto de 2007 sob pesadas críticas e acusações durante a CPI do Apagão Aéreo, acusou a Casa Civil, em entrevista ao jornal "O Estado de S.Paulo", de favorecer a venda da VarigLog e da Varig ao fundo americano Matlin Patterson e aos três sócios brasileiros.

As acusações vêm à tona em meio a uma briga entre sócios da empresa de transporte aéreo de cargas VarigLog, relacionadas à venda da companhia aérea Varig, em 2006 e 2007. O fundo de investimentos americano Matlin Patterson e os sócios brasileiros Marco Antônio Audi, Marcos Haftel e Luiz Gallo disputam na Justiça o comando da VarigLog.

Segundo o relato de Denise ao "Estado", no bate-boca entre os sócios, surgiram histórias de tráfico de influência, abuso de poder pelo primeiro escalão do governo, acusações de suborno e a elaboração de um dossiê falso. O texto do "Estado de S.Paulo" relata que "as denúncias envolvem o Palácio do Planalto e o advogado Roberto Teixeira".

Denise conta que foi pressionada pela ministra da Casa Civil Dilma Rousseff e pela secretária-executiva da pasta, Erenice Guerra, a tomar decisões favoráveis à venda da VarigLog e da Varig.

A ex-diretora, embora não fosse presidente da agência, era considerada a diretora mais forte, de acordo com a reportagem. Ela ficou conhecida por foto publicada em que aparece fumando um charuto no casamento da filha do colega de agência, Leur Lomanto, em Salvador, durante a criseno auge do apagão aéreo.

Como a lei brasileira proíbe estrangeiros de ter mais de 20% do capital das companhias aéreas, a diretora diz que queria documentos comprovando a origem de capital e a declaração de renda dos sócios brasileiros para verificar se tinham recursos para a compra.

"A ministra não queria que eu exigisse os documentos. Dizia que era da alçada do Banco Central e da Receita e falou que era muito difícil fazer qualquer tipo de análise tentando estudar o Imposto de Renda porque era muito comum as pessoas sonegarem no Brasil."

Denise diz que houve pressão para que a transferência de capital que regularizou a compra da VarigLog fosse aprovada. Segundo ela, a pressa na aprovação estava relacionada à compra da Varig pela VarigLog, em leilão realizado pouco tempo depois. "Se não aprovasse a transferência acionária da VarigLog, ela não existiria e não poderia participar do leilão", apontou. Com a aprovação, a VarigLog pôde levar a Varig por US$ 24 milhões. Mais tarde, a empresa foi revendida à Gol.

Quem representava os compradores da VarigLog e da Varig era o escritório do advogado Roberto Teixeira. Segundo Denise, a filha e o genro de Teixeira circulavam livremente na Anac e participaram intensamente do caso, apontando ter relações próximas com pessoas do primeiro escalão do Planalto.

Em nova entrevista concedida nesta quarta (4) à rádio Eldorado, Denise Abreu reafirmou as informações e disse ter provas das acusações que fez.

Em entrevista ao 'Estado de S.Paulo', Denise Abreu diz ter sofrido pressão.

Em entrevista ao 'Estado de S.Paulo', Denise Abreu diz ter sofrido pressão.

Em entrevista ao 'Estado de S.Paulo', Denise Abreu diz ter sofrido pressão.

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