Polícia fará perícia em computadores usados por PM no interior

 

Nacional - 01/06/2008 - 20:32:51

 

Polícia fará perícia em computadores usados por PM no interior

Investigadores querem saber se ele usava PCs para acessar rede de pedofilia. Investigado pela corregedoria, oficial se matou na sexta-feira.

 

Da Redação com Globo.com

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

A pedido da Polícia Civil de São Paulo, investigadores de Penápolis, a 491 km da capital, apreenderam dois computadores nas casas do pai e do sogro do tenente Fernando Neves. A suspeita é que o policial usava os equipamentos para trocar mensagens com a rede de pedofilia quando ia à cidade. Os computadores vão passar por perícia em São Paulo. O corpo do tenente foi enterrado durante a manhã deste sábado (31) em Penápolis, a 491 km de São Paulo. Ele era suspeito de participar de uma rede de pedofilia. A polícia vai investigar 600 pessoas que se correspondiam por computador com o chefe da quadrilha. O tenente comandou a equipe de policiais que vasculhou o prédio da menina Isabela na noite do crime. Amigos e parentes do tenente não falaram sobre o caso. A família também não permitiu a aproximação da imprensa durante o velório e o sepultamento. Até a polícia foi chamada. O pai do oficial passou mal e teve que ser socorrido. No computador do chefe da rede de pedofilia, o operador de telemarketing Márcio Aurélio Toledo, de 36 anos, a polícia encontrou uma lista com 600 nomes que agora serão investigados. Segundo as investigações, o tenente Fernando Neves era cliente da quadrilha que agenciava encontros de pedófilos com menores de idade. O rosto de Fernando Neves foi visto várias vezes nos últimos dois meses. Ele foi um dos policiais militares que atenderam à ocorrência do crime que chocou o país, o da menina Isabella. É ele quem aparece ao lado de Alexandre Nardoni, pai de Isabella, em frente ao Edifício London, logo depois que a menina foi jogada do sexto andar. O tenente era comandante da Força Tática da área. E chefiou a busca de um suposto ladrão no prédio. Dias depois, o próprio tenente detalhou a operação. "Foi feita uma varredura minuciosa nos mínimos detalhes, foi feito cerco no quarteirão, nos travamos elevadores, ninguém entrou, ninguém saiu e varremos todo prédio", disse ele, à época. Apesar de ser acusado de pedofilia, todos os dados oficiais do processo do caso Isabella mostram que o tenente Neves não teve nada a ver com a autoria do crime. Ele estava a serviço, em outro lugar, com três policiais, quando recebeu o chamado pelo rádio do carro avisando que a menina tinha sido atirada pela janela. E, quando chegou ao Edifício London, vários colegas já se encontravam no local. Em um relatório reservado feito a pedido da delegada que comandou as investigações, o coronel comandante da Polícia Militar João dos Santos de Souza, informa que os soldados Jonaldo Ramos de Almeida e Josenilson Pereira do Nascimento foram a pé ao edifício porque estavam na corregedoria da PM, que fica ao lado do prédio. Pouco mais de um minuto depois as viaturas da área chegaram ao local. No depoimento que prestou, o PM Josenilson confirmou que, no dia do crime, ele e Jonaldo correram até o edifício, e ele pôde perceber que não havia policiais ainda por ali. O corregedor da polícia, Marcelino Fernandes da Silva, descarta qualquer possibilidade de envolvimento do policial com a morte da menina. " Em hipótese nenhuma, porque ele estava de serviço e qualquer tipo de abandono de posto é facilmente retratado e denunciado", afirmou. Rede de pedofilia A prisão do operador de telemarketing Márcio Aurélio Toledo foi feita depois que uma testemunha procurou a polícia assustada com os diálogos que presenciou em salas de bate-papo sobre sexo na internet. As investigações, que começaram há três meses, levaram a uma casa em Cidade Ademar, na Zona Sul de São Paulo, onde mora Toledo. A polícia encontrou no computador e no aparelho celular dele fotos que mostram sexo explícito envolvendo crianças. Também foram encontrados bichos de pelúcia e outros brinquedos, como bonecos de super-heróis, além de roupas infantis e preservativos. Com base em escutas telefônicas, autorizadas pela Justiça, a polícia diz que o operador de telemarketing aliciava crianças e marcava encontros entre elas e os pedófilos na casa dele. Ele foi preso no último fim de semana. A polícia pretendia prolongar o tempo de investigação sobre o caso, mas ficou apreensiva ao perceber que outras crianças corriam risco de cair na rede de pedofilia. Alguns clientes já foram identificados.

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