O advogado Carlos Kauffmann, defensor de Marcos Mantovani, dono da empresa de consultoria Progus, disse que o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT-SP), e o advogado e ex-conselheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Ricardo Tosto não tinham conhecimento sobre o esquema de fraudes em empréstimos no banco e não receberam "nenhum centavo" de recursos do BNDES destinados a projetos.
Mantovani é investigado pela Operação Santa Tereza da Polícia Federal (PF), que apura um esquema montado para fraudar empréstimos no BNDES e praticar crimes de prostituição, lavagem de dinheiro e tráfico de mulheres. Mantovani foi ouvido pela Justiça Federal na última segunda-feira, em São Paulo, junto com João Pedro de Moura, ex-assessor da Força Sindical e ex-conselheiro do BNDES.
Segundo Kauffman, Mantovani e Moura usaram indevidamente os nomes de Paulinho e de Tosto para "conseguirem ganhar mais honorários", obtidos dos clientes que tinham seus projetos, elaborados pela Progus, aprovados no BNDES. De acordo com o advogado, os nomes de Paulinho e de Tosto nunca foram usados para a obtenção dos financiamentos no banco.
"Os nomes nunca foram usados para aprovar projetos. Foram usados na divisão de honorários licitamente cobrados pela elaboração de projetos. Não houve nenhuma influência de qualquer pessoa no BNDES", disse Kauffman. Segundo ele, "a partir do momento que ele (seu cliente) usava o nome (de Tosto), ele dizia que ia entregar o dinheiro (para o Tosto), mas não entregava e ficava com mais honorários para ele".
Kauffmann ainda disse que seu cliente não é culpado pela acusação feita pelo Ministério Público Federal (MPF). "A acusação está fundada na ausência de realização de projetos no BNDES, mas os projetos foram realizados e executados".
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