Técnicos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recomendaram a rejeição das contas do PT para o uso da verba do fundo partidário de 2006. Entre outras irregularidades, a auditoria apontou que o partido usou o dinheiro, que é público, para custear o condomínio de um apartamento usado por familiares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O imóvel fica em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, e está localizado em frente a uma cobertura comprada pelo presidente em 1996. Segundo informações, o PT pagou, desde 2003, R$ 4.536,70 no condomínio do apartamento.
A recomendação da área técnica do TSE pode levar à suspensão dos repasses ao partido, que deve receber R$ 28 milhões do fundo partidário em 2008.
O Palácio do Planalto admitiu, por meio da assessoria, que o apartamento é freqüentado por familiares de Lula e que o local teve as despesas com condomínio bancadas pelo partido de 2003 a 2007. A explicação é que o local era usado para guardar arquivos que o presidente doou ao PT quando foi eleito.
Segundo informações, o Planalto admitiu ainda que familiares do presidente podem ter pernoitado eventualmente no imóvel, mas que ele nunca foi uma residência fixa de parentes de Lula. Os arquivos teriam sido retirados do local em 2007, quando o local passou a ser bancado pela Presidência da República por "necessidades da segurança" do presidente, o que foi negado por funcionários do prédio.
Ex-ministros do TSE consultados pela reportagem afirmaram que a infração pode levar a rejeição das contas do partido.
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