Refletindo uma pressão de custos no atacado em razão principalmente das cotações internacionais das commodities, a inflação pelo Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) teve em maio a maior taxa do ano, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta quinta-feira.
O indicador teve alta de 1,52 por cento neste mês, ante elevação de 0,45 por cento em abril. Analistas previam um dado de 1,46 por cento, segundo a mediana de 10 previsões, que variaram de 0,83 a 1,60 por cento.
Foi a maior leitura do índice desde dezembro de 2007, quando subiu 1,59 por cento.
Entre os componentes, o Índice de Preços por Atacado (IPA) avançou 1,91 por cento no mês, ante alta anterior de 0,35 por cento.
O IPA agrícola passou para aumento de 1,64 por cento em maio, seguindo a queda de 1,31 por cento no mês passado. O IPA industrial acelerou a alta para 2,01 por cento neste mês, ante 1,0 por cento em abril.
As principais variações positivas individuais no atacado vieram de arroz em casca, minério de ferro, adubos e fertilizantes, bovinos e leite in natura. A pressão desses dois últimos itens é sazonal.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,67 por cento em maio, seguindo a variação positiva de 0,61 por cento.
A aceleração deveu-se à alta maior dos grupos Alimentação e Saúde e cuidados pessoais, de respectivamente 1,70 por cento e 0,78 por cento.
As maiores elevações individuais de preços no varejo foram de mamão papaia, pão francês e leite longa vida. Os movimentos refletem impactos sazonais e também os elevados preços das commodities, como é o caso do pão, que leva trigo.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou elevação de 0,85 por cento, ante alta de 0,73 por cento em abril. Os custos do aço foram a principal pressão.
O IGP-10 foi calculado com base nos preços coletados entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência.
No ano, o índice acumula alta de 4,47 por cento e nos últimos 12 meses, de 10,71 por cento.
|