Oposição segue criticando Chávez e a realização de referendo

 

Internacional - 04/12/2007 - 12:40:22

 

Oposição segue criticando Chávez e a realização de referendo

 

Da Redação com Abr

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

A oposição venezuelana segue criticando o presidente Hugo Chávez e a realização da consulta popular. Segundo o Comando Nacional da Resistência (CNR), o número de votos contrários à reforma da Constituição foi maior que o resultado divulgado na madrugada de hoje (3) pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Segundo o coordenador da associação de organizações e cidadãos que se opõem  a Chávez, Antonio Ledezma, a diferença pode ultrapassar um milhão de votos a favor do não. No domingo (2), mais de oito horas após o encerramento oficial da eleição, às 16 horas local (18 horas em Brasília), a presidente do CNE, Tibisay Lucena Ramírez, anunciou que, com 90% de votos apurados, o bloco contrário à modificação de 69 dos 350 artigos constitucionais havia vencido por 50,7% dos votos. Os votos favoráveis à proposta de Chávez somavam 49,29%. Mais de 8 milhões de eleitores votaram. A abstenção, até então, era de 44,11%. Ledezma garante que o CNE já conhecia os resultados muito antes de divulgá-los e que não o fez antes por intromissão do Poder Executivo. "Estou seguro de que os números apresentados não são reais. A diferença foi reduzida para que Chávez apareça como um democrata que aceita a derrota mesmo que por uma pequena diferença". À Agência Brasil, Ledezma disse que o país esteve a ponto de sofrer uma espécie de golpe de Estado. "O poder eleitoral [CNE] retardou de forma maliciosa a divulgação dos resultados". Segundo ele, o conselho tinha os resultados desde às 20h30 [22h30, em Brasília] de domingo (2) e só os divulgou à 1h30 de ontem (3). "Temos motivo para pensar que esse governo não queria reconhecer a derrota e que havia uma pressão para modificar a diferença da quantidade de votos de cada um dos dois blocos". De qualquer forma, Ledezma considera que o resultado foi benéfico para o país. "Ganhou o povo, porque a reforma constitucional que se queria fazer não era legítima. Ela não contribuiria para resolver os problemas do nosso povo. Iria agravá-los, isso sim, porque teríamos uma concentração de poder insólita nas mãos do presidente". Com a rejeição à reforma constitucional, a oposição já discute a idéia de consolidar uma frente única contra o governo de Hugo Chávez. "A oposição tem a oportunidade de se fortalecer e de consolidar uma plataforma única. Estamos discutindo a idéia de consolidar uma frente única pela democracia, com o propósito de assumir nos próximos meses os presentes desafios". Ledezma diz que se o governo quiser promover uma reconciliação com a oposição, deverá libertar os mais de 100 presos políticos existentes hoje no país, além de permitir o regresso daqueles que deixaram o país por alegada perseguição política possam regressar. E que Chávez deixe de lado a agressividade e os insultos contra setores que não compartilham de seus ideais. "Por último, deve devolver aos venezuelanos o sinal da Rádio Caracas Televisión (RCTV)". Em junho, o governo deixou de renovar a concessão de funcionamento da emissora, alegando que ela teria apoiado o golpe militar que, em 2001, tirou Chávez do poder por três dias.

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