PT não tem candidato de consenso para as eleições

 

Politica - 25/11/2007 - 12:55:19

 

PT não tem candidato de consenso para as eleições

 

Da Redação com JB Online

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

A eleição que definirá o comando do PT nos próximos dois anos começará também a delinear a postura da legenda na batalha pela sua sucessão em 2010. Mais do que a disputa pelo poder no partido, o pleito marcado para acontecer em dezembro determinará, no xadrez partidário, os nomes que se fortalecerão para se lançar na disputa pelo espólio político de Lula. Preocupado em conservar a unidade interna na coligação partidária que dá sustentação a seu governo, Lula evita ao máximo precipitar o confronto de forças em torno da corrida presidencial. Em público, defende a candidatura única em sua base e, ciente da ambição do PT de escalar o nome, tentou emplacar seu assessor e amigo Marco Aurélio Garcia para a presidência do partido, a fim de conter o avanço da legenda no debate sucessório. Não conseguiu. E agora vê nos dois nomes mais cotados para assumir a direção da legenda - os paulistas Ricardo Berzoini e Jilmar Tatto - também dois defensores extremados da candidatura própria do PT. "O ideal será a candidatura única com o PT à frente da chapa, e o partido não abrirá mão disso", afirma o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), que pertence à tendência partidária de Tatto. "A principal preocupação do partido não é lançar ou não um nome. Isso já está superado, seja quem for o presidente eleito da legenda. O problema a ser trabalhado é evitar que a disputa interna em torno da sucessão de Lula não se transforme em caldo de cultura para divisões no PT e brigas com o Planalto. " No núcleo político do governo, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, aparece como um dos nomes mais aceitos para encarar a disputa presidencial como candidata do PT. Gerente do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), principal projeto do segundo mandato, a ministra conta com as bênçãos de Lula. Dentro do partido, entretanto, a chefe da Casa Civil não tem a mesma aceitação. "Ela não tem participação na vida partidária, é uma gerente excepcionalmente qualificada, mas não representa o PT", diz um ministro com trânsito no gabinete presidencial. Na esfera petista, os nomes do governador da Bahia, Jaques Wagner, da ministra do Turismo, Marta Suplicy, e do ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, são os mais cotados. O PMDB, para os petistas, tem lugar garantido na chapa - apontando o candidato a vice. "Com uma aliança fechada entre PT e PMDB e tendo o presidente Lula como cabo eleitoral, fica muito difícil perder a eleição", diz Vaccarezza, sintetizando os anseios petistas. Mas, no Palácio do Planalto, os planos são outros. Internamente, Lula defende a existência de dois candidatos dentro da base governista. Vê no nome do ministro da Defesa, Nelson Jobim, uma possibilidade viável para 2010. Simpatiza com a hipótese de emplacar Ciro Gomes (PSB) como segundo candidato aliado, embora não veja no cearense um nome que una de fato o PSB. E, acima de tudo, sonha em atrair o governador tucano de Minas, Aécio Neves, para as hostes do PMDB, onde seria um candidato natural à Presidência da República. "Conversei com o Aécio há pouco tempo sobre isso e ele disse que ainda não tinha pensado nesse assunto", conta outro integrante do corpo ministerial de Lula, enfatizando a disposição do governo em patrocinar a estratégia de manter dois candidatos para 2010. O que, na avaliação do presidente, lhe daria a certeza de ver pelo menos um candidato seu no segundo turno da eleição presidencial.

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