Política
Segunda, 10 de setembro de 2007, 19h16 Atualizada às 19h26
Líder do PSDB rejeita Sarney para suceder Calheiros
Maria Clara Cabral
Direto de Brasília
Antes mesmo da votação do processo contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), prevista para ocorrer na próxima quarta-feira, o líder do PSDB na Casa, Arthur Virgílio (PSDB-AM), já comenta sobre possíveis sucessores para o cargo. O senador tucano rechaçou a idéia de José Sarney, um dos nomes cotados, subir na cadeira da presidência, argumentando, entre outras coisas, que ele foi omisso no caso Calheiros.
"O PSDB não sabe o que quer, mas tem obrigação de saber o que não quer. Não dá para elegermos a omissão. Sarney foi o único brasileiro que não se manifestou sobre o caso Renan. Ele acha que utilizou de esperteza política em não se pronunciar", criticou.
"Além disso, ele não tem estatura moral suficiente para recuperar a imagem do Senado, que vive o seu pior momento histórico", completou.
Virgílio admitiu hoje também que, caso Calheiros seja cassado, o próximo presidente pode sair do PMDB. "No entanto, se percebermos que a velha oligarquia voltará à tona, poderemos lançar uma candidatura de protesto", alertou.
Mais cedo, a líder do PT, senadora Ideli Salvatti (SC), criticou os que já comentavam a sucessão. Para ela, o processo não poderia ser contaminado pelas dicussões sobre o cargo.
Calheiros é suspeito de usar o lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior, para pagar contas pessoais. O presidente do Senado ainda responde a mais dois processo no Conselho de Ética. Um que investiga se ele usou a máquina pública para beneficiar a empresa de bebidas Schincariol e outro se ele usou laranjas para comprar veículos de comunicação em Alagoas.
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