Votos do governo devem decidir caso Calheiros

 

Nacional - 10/09/2007 - 22:27:20

 

Votos do governo devem decidir caso Calheiros

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Serão os votos dos aliados do governo que poderão decidir pela cassação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ou sua manutenção no cargo. Do total de 81 senadores, qualquer seja a tese vencedora, são necessários 41 votos. Segundo o site do Senado, Democratas, PSDB e Psol detêm apenas 31 cadeiras na Casa, isso se não houver deserções. A sessão - secreta - que definirá o destino de Calheiros está marcada para esta quarta-feira, às 11h. As maiores bancadas aliadas (PT, PMDB), sozinhas, somam outros 31. No meio do caminho estão PR, PCdoB, PDT, PP, PSB e PTB: todos integrantes, em maior ou menor escala, do primeiro escalão da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva. Calheiros é acusado de ter tido contas pessoais pagas por um lobista da construtora Mendes Júnior. Os pagamentos teriam sido feitos para a jornalista Mônica Veloso, com quem o senador tem uma filha de 3 anos. Pairam também contra ele suspeitas de ter utilizado laranjas na compra de empresas de comunicação em Alagoas e de ter negociado vantagens em transação com a cervejaria Schincariol. Sem voto fechado em bancada O Planalto negou, nesta semana, estar fazendo pressão para que Calheiros saia livre da sessão. "O governo não está tratando desse assunto", afirmou o ministro da Justiça, Tarso Genro (PT). Lula repetiu à imprensa que o caso deve ser resolvido no âmbito do Congresso. O partido, de acordo com declarações dadas pela senadora Ideli Salvatti (PT-SC) não fechou questão para votar. "Cada um vai votar conforme a sua cabeça. Há muito interesse da oposição em nos responsabilizar", disse. Quando o Conselho de Ética aprovou o relatório contra Calheiros, integrantes da bancada petista foram favoráveis à cassação: os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP), Augusto Botelho (PT-RR) e João Pedro (PT-AP). Entretando, o próprio Suplicy já dava declarações em tom mais brando sobre o caso na última semana. Depois que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) decidiu encaminhar o processo à Mesa Diretora, ele afirmou: "se as explicações dele forem de tal modo a levar os senadores a acharem a pena de cassação demasiada tendo em vista as faltas que ele cometeu, e quem sabe uma suspensão de diversos meses seria mais condizente. Vamos supor que isto aconteça. É uma hipótese". Os maiores defensores públicos de Calheiros em meio ao escândalo eram integrantes do PMDB: Wellington Salgado (PMDB-MG) e um dos três relatores do caso Almeida Lima (PMDB-SE) no Conselho de Ética. Junto a eles, pediram o arquivamento do processo Epitácio Cafeteira (PTB-MA) e Gilvan Borges (PMDB-AP). Sessão fechada A oposição teme que os votos dados tanto na CCJ quanto no Conselho não se reflitam na sessão desta semana por ela ser fechada. Na quarta-feira, o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM) cobrou coerência dos senadores integrantes do PT na votação em Plenário. A sessão deverá ser fechada devido ao artigo 197 do Regimento Interno da Casa. O documento determina sessões sigilosas obrigatoriamente, quando o Senado tiver de se manifestar sobre os seguintes casos: declaração de guerra, acordo sobre a paz, perda de mandato ou suspensão de imunidade de senador durante o estado de sítio e escolha de chefe de missão diplomática de caráter permanente.

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