O ex-secretário de Estado dos EUA Henry Kissinger morreu nesta quarta-feira (29) em sua casa em Connecticut, aos 100 anos. Um comunicado divulgado pela sua empresa de consultoria, Kissinger Associates, confirmou a notícia.
A causa da morte não foi divulgada. A nota dizia que o funeral seria realizado em uma cerimônia familiar privada, seguida de uma cerimônia pública em Nova York.
Kissinger é uma figura importante na diplomacia mundial, tendo atuado como conselheiro de segurança nacional e secretário de Estado.
Kissinger esteve ativo até o fim da vida, participando de reuniões na Casa Branca, publicando um livro sobre estilos de liderança e testemunhando perante uma comissão do Senado sobre a ameaça nuclear da Coreia do Norte.
Em julho de 2023, fez uma visita surpresa a Pequim para se encontrar com o presidente chinês Xi Jinping. Durante a década de 1970, em plena Guerra Fria, participou de muitos dos acontecimentos globais que mudaram a década, enquanto era conselheiro de Segurança Nacional e secretário de Estado do presidente republicano Richard Nixon.
Os esforços do refugiado judeu nascido na Alemanha conduziram à abertura diplomática dos Estados Unidos (EUA) com a China, a conversações marcantes sobre o controlo de armas entre os EUA e a União Soviética, à expansão dos laços entre Israel e os seus vizinhos árabes e aos acordos de Paz de Paris com o Vietnam do Norte.
A atuação de Kissinger como principal arquiteto da política externa norte-americana diminuiu com a demissão de Nixon em 197 , no meio do escândalo Watergate.
Ele continuou a servir como Secretário de Estado sob seu sucessor, Gerald Ford, e expressou opiniões fortes ao longo de sua vida. Enquanto muitos elogiaram Kissinger pela sua genialidade e experiência, outros o descreveram como um criminoso de guerra por apoiar ditaduras anticomunistas, especialmente na América Latina. Nos seus últimos anos, os seus movimentos foram limitados à medida que outros países o prenderam ou questionaram sobre a política externa americana no passado.
Um dos prêmios mais polêmicos foi o Prêmio Nobel da Paz de 1973, concedido ao norte-vietnamita Leduc Thu, mas posteriormente rejeitado. Dois membros do comitê do Nobel renunciaram após a eleição, quando surgiram questões sobre o bombardeio secreto do Camboja pelos EUA.
* Com informações da USA, RTP, Reuters, Abr