No relatório, o Brasil e o México estão entre as exceções. De acordo com o FMI, a preocupação maior está nas consequências da guerra na Ucrânia, incluindo a possibilidade da Rússia cortar o fornecimento de gás natural para a Europa, assim como um novo aumento nos preços dos alimentos devido ao efeito da guerra no fornecimento de grãos. Dessa forma, pode desencadear a fome.
Conforme o FMI, se esses "choques" forem muito fortes, "eles podem causar uma recessão acompanhada de alta inflação (estagflação)", causando uma estagnação no crescimento global, reduzindo-o para 2% em 2023, uma taxa vista apenas cinco vezes desde 1970.
O FMI precisou diminuir suas perspectivas de crescimento para a economia global em 2022 e 2023, por causa do aumento da inflação global e uma desaceleração nos Estados Unidos e na China.
"O panorama ficou consideravelmente sombrio desde abril... O mundo poderá em breve ficar à beira de uma recessão global, apenas dois anos após a última... As três maiores economias do mundo, os Estados Unidos, a China e a zona do euro, estão empatando nessa estagnação com grandes consequências para o panorama global", disse o economista chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas.
O relatório WEO reduziu a estimativa de crescimento do PIB global em 2022 para 3,2%, 0,4 pontos percentuais abaixo da previsão de abril.
Os confinamentos causados pela Covid-19 e o agravamento da crise habitacional têm dificultado a atividade econômica na China, enquanto os aumentos agressivos das taxas de juros por parte do Federal Reserve, o Benco Central americano, estão desacelerando o crescimento dos Estados Unidos.
Algumas exceções tiveram melhoras como Itália, Brasil, México e Rússia, que está se beneficiando dos preços mais altos do petróleo devido às sanções ocidentais, observa o WEO. Para o Brasil, a estimativa é de 1,7% (+0,9 pontos percentuais em relação a abril), enquanto o México deverá crescer 2,4% (+0,4 pontos percentuais).