A consultoria Oxford Economics tentou medir essa diferença confrontando o valor do litro da gasolina com o poder de compra em 30 países, calculando qual fatia ele representa da renda da população local.
O Brasil aparece entre os três primeiros da lista. Um litro de gasolina corresponde a 9% do salário médio diário do país, percentual menor apenas do que o registrado nas Filipinas (19%) e na Indonésia (13%).
'"Gasolina do Brasil é terceira mais cara do mundo depois de ajustada pelo poder de compra", diz título do gráfico que ilustra relatório
Em relatório divulgado para clientes, os economistas Marcos Casarin e Felipe Camargo chamam atenção para o fato de que, mesmo com os sucessivos aumentos, o preço do combustível no Brasil ainda está defasado em cerca de 18% em relação aos preços internacionais.
Assim, caso a Petrobras siga à risca a política de paridade - que prevê que os preços internos sejam reajustados a depender do preço do barril de petróleo e do câmbio -, a gasolina pode ficar ainda mais cara até o fim deste ano.
A política de preço de paridade internacional (PPI) foi instituída na Petrobras em 2016, quando o empresário Pedro Parente assumiu a direção da companhia, após as denúncias de corrupção na estatal.
Em anos anteriores, a Petrobras havia subsidiado o preço dos combustíveis que vendia no mercado doméstico. Entre 2012 e 2014, período em que o descasamento entre os preços internos e no mercado internacional atingiu o pico, a empresa renunciou ao equivalente a 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em lucros por conta da política, calcula a Oxford Economics.
Desde outubro de 2016, quando o PPI passou a valer, o preço da gasolina cresceu 57% no Brasil, já descontada a inflação, e o valor das ações da companhia mais que dobrou, ainda de acordo com a consultoria.
Dá pra manter os preços estáveis?
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