Ronan Maria Pinto, preso desde sexta-feira, deve ser transferido para Complexo Penal de Pinhais

 

ABCD - 28/05/2018 - 00:05:12

 

Ronan Maria Pinto, preso desde sexta-feira, deve ser transferido para Complexo Penal de Pinhais

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

RonanMaria Pinto, dono do Diário do Grande ABC, se entrega à PF

RonanMaria Pinto, dono do Diário do Grande ABC, se entrega à PF

O empresário de ônibus Ronan Maria Pinto, do ABC Paulista, deve ser transferido nos próximos dias para o Complexo Médio Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, para onde estão sendo enviados condenados nos processos da Operação Lava Jato.

Segundo resposta da Polícia Federal na manhã desta terça-feira, 29 de maio de 2018, é aguardada uma vaga na unidade prisional.

Ronan se entregou próximo do meio dia de sexta-feira passada, como determinou o juiz Federal Sergio Moro na ordem de prisão, e divide uma cela com outros presos na superintendência em Curitiba.

O empresário é dono do jornal local Diário do Grande ABC e de empresas de ônibus como Viação Guaianazes, Viação Curuçá e ETURSA – Empresa de Transporte Urbano Rodoviário de Santo André, que integram o Consórcio União Santo André.

Na última quarta-feira,  23 de maio de 2018, o TRF – Tribunal Regional Federal da Quarta Região negou os últimos recursos possíveis de Ronan e manteve a condenação de  5 anos de reclusão em regime inicial fechado.

Ronan foi condenado em segunda instância por lavagem de dinheiro.

O empréstimo fraudulento de R$ 12 milhões do Banco Schain para o pecuarista e amigo do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, José Carlos Bumlai. As investigações apontam que o dinheiro foi para o PT e que, em troca, a Petrobras de forma irregular assinou um contrato de US$ 1,6 bilhão com o Grupo Schain para a operação do navio-plataforma Vitória 10.000

Dos R$ 12 milhões, ainda segundo as investigações, quase R$ 6 milhões foram para Ronan que estaria achacando o PT para não envolver o nome de Lula e de outros líderes do PT no caso da morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel.

Celso Daniel foi assassinado em janeiro de 2002. O Ministério Público do Estado de São Paulo sustenta que a morte foi motivada por um esquema de corrupção envolvendo empresas de ônibus de Santo André. A Polícia Civil diz que o sequestro e a morte foram crimes comuns.

Ronan Maria Pinto já era o maior empresário de ônibus de Santo André quando ocorreu o assassinato de Celso Daniel. Ele não foi acusado pela morte, mas em outro processo foi condenado pela corrupção.

O empresário foi preso pela determinação do juiz Sergio Moro em primeira instância em 1º de abril de 2016, mas depois foi solto para responder o processo em liberdade

O CAMINHO DO DINHEIRO PARA RONAN, SEGUNDO A LAVA-JATO

  • – Os R$ 12 milhões que saíram do Banco Schahin foram transferidos para conta bancária do Frigorífico Bertin, de José Carlos Bumlai
  • – R$ 6 milhões foram para pagar dívidas de campanha do PT e outros R$ 6 milhões para Ronan, mas não diretamente para o empresário de ônibus.
  • – Os quase R$ 6 milhões para Ronan Maria Pinto foram primeiro para a Remar Agenciamento e Assessoria Ltda, de Oswaldo Rodrigues Vieira Filho, empresário do Rio de Janeiro que já havia sido indicado por outros membros do esquema.
  • – Foi a partir deste momento que, segundo os procuradores, o dinheiro começou a ser pulverizado. Do total de quase R$ 6 milhões, a Remar repassou R$ 2,94 milhões para Expresso Nova Santo André, empresa de ônibus que tinha como principal sócio, Ronan Maria Pinto
  • – Da Expresso Nova Santo André foram repassados R$ 1,2 milhão para a conta de Maury Campo Dotto, um dos sócios do Diário do Grande ABC.
  • – A Remar passou diretamente para a conta de Dotto R$ 210 mil

Ronan nega as acusações.

Entramos em contato com o escritório do advogado do empresário, Fenando José da Costa, que não retornou até o fechamento da edição.

 



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