Temer: Sim ou Não?

 

Opinião - 03/08/2017 - 01:07:39

 

Temer: Sim ou Não?

 

Vicente Barone * .

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Vicente Barone é analista político, editor chefe do Grupo @HORA de Comunicação, foi executivo de marketing em empresas nacionais e multinacionais, palestrante nacional e internacional em marketing social, cultural, esportivo e trasnporte, além de ministrar aulas como professor de 3º" e 4º graus

Vicente Barone é analista político, editor chefe do Grupo @HORA de Comunicação, foi executivo de marketing em empresas nacionais e multinacionais, palestrante nacional e internacional em marketing social, cultural, esportivo e trasnporte, além de ministrar aulas como professor de 3º" e 4º graus

Nossa defesa, aqui, sempre foi contra a corrupção. Não temos dúvidas quanto a importância da Lava Jato para que possamos repaginar a história nacional.

Ontem, uma nova decisão parou o país. Mais uma crise política para avaliar. Desta vez quanto à autorização, para que o atual presidente da república, pudesse ser processado pelo STF, conforme pedido da PGR.

Os deputados federais se dividiram. Alguns a favor de que Temer fosse processado e outros não. As pesquisas apontam que o desejo da população fosse de que sim, mas será que essa população sabe as consequências disso?

Não estamos defendendo quem quer que seja, mas qual o real interesse de cada um nessa história. A oposição, formada por petistas, ex-petistas que mudaram de partido e outros mais alinhados à esquerda querem "Eleições Já", ou mesmo aqueles com direcionamento mais à direita, como o caso de Bolsonaro, também queriam que Temer fosse processado e que houvessem novas eleições.

Será que o interesse era pela população? Vamos ver....

A Constituição é clara nessa situação. Caso Temer fosse processado, deveria se afastar do cargo e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, assumiria. Sentado na cadeira presidencial, em até 6 meses, deveria convocar uma eleição indireta onde os parlamentares escolheriam um nome para cumprir o restante do mandato presidencial que finaliza em 31 de dezembro de 2018. Nem Maia e nem esse novo nome escolhido teriam condições de fazer ou implantar qualquer situação que viesse a ter efeitos positivos para o país. A situação, portanto, seria de total estagnação enquanto não houvesse um mandato de verdade, escolhido pelo povo, diante de projetos e um plano de governo aprovado nas urnas.
Nesse momento e com esse argumento surgem os defensores de uma eleição direta. Na minha opinião uma baboseira sem tamanho! Para que isso seja possível é preciso uma PEC (Projeto de Emenda Constitucional) que deve tramitar pelas casas (Congresso=Câmara+Senado) e obter 2/3 (dois terços) dos votos no Congresso para que fosse autorizado convocar novas eleições.

Em dez meses inicia a campanha (normal) para eleição de deputados federais, estaduais, senadores, governadores e presidente, ou seja, em junho de 2018. Para aprovar a PEC é preciso cumprir um rito que levaria o caso, na melhor das hipóteses, para votação (após cumprir todos os passos regimentais) para o final do ano de 2017. Supondo sua aprovação, teríamos os prazos para a definição dos candidatos, registro dos mesmos, início da campanha efetiva e, também, para a convocação de mesários, treinamento e montagem do sistema eleitoral em todo o país, somente para se escolher o presidente e tudo se repetiria, em uma mesma escala, para os demais cargos eletivos, que mencionamos, que devem ser renovados em 1º de janeiro de 2019.

Seria alocado o dobro da despesa, com essa eleição extra, e com todo o processo no Congresso Nacional. Alguns "bilhões" de reais  seriam gastos que poderiam ser investidos em benefícios diretos à população, isso sem contar os acertos e negociações com deputados e senadores para a aprovação ou não da PEC.

Então qual o verdadeiro interesse desses grupos que querem "Eleições Já"? O grupo da esquerda quer dar condições para que seu maior expoente, o ex-presidente Lula, tenha reais e seguras condições de se candidatar antes da decisão de 2ª instância em processo que foi condenado, pois, se isso ocorrer, não poderá se candidatar. O da direita, capitaneado por Bolsonaro, é aproveitar o momento e surfar com maior tranquilidade no voto de repúdio, que cresce, a cada dia, com as notícias de corrupção e, no cenário internacional, com os abusos de Maduro na Venezuela.

Então, manter Temer, é a melhor opção para o Brasil de agora e, quando deixar a cadeira de presidente, será processado em tribunal de 1ª instância. A escolha, portanto, foi de, apenas, adiar o início do processo e não extinguir sua continuidade.

Não importa o lado, esquerda ou direita, o interesse não está no que o povo precisa ou merece, mas em meras estratégias de "retorno ao poder" ou de se destacar em um verdadeiro efeito "Enéas".

* Vicente Barone é analista político, editor chefe do Grupo @HORA de Comunicação, esteve à frente de diversas campanhas eleitorais como consultor político e de marketing, foi executivo de marketing em empresas nacionais e multinacionais, palestrante nacional e internacional para temas de marketing social, cultural, esportivo e de trasnporte coletivo, além de ministrar aulas como professor na área para 3º e 4º graus - www.barone.adm.br

 



Links
Vídeo