O prefeito de São Paulo, João Doria, PSDB, está se aproximando cada vez mais dos prefeitos tucanos e aliados do Grande ABC.
Em jantar promovido pelo presidente do Consórcio Intermunicipal do ABC, Orlando Morando, que é o prefeito de São Bernardo, em sua casa esta semana, o assunto comentado, de acordo com o alcaide paulista, era a integração da região em assuntos de interesse comum como transporte, saúde, entre outros e, também, para comemorar a entrada da cidade de São Paulo no Consórcio.
Estiveram presentes os prefeitos Paulo Serra (Santo André), José Auricchio Júnior (São Caetano) e Gabriel Maranhão (Rio Grande da Serra), todos do PSDB, além de Kiko Teixeira (Ribeirão Pires), do PSB. Atila Jacomussi, PSB, alegou compromissos em Brasília para não comparecer.
Além dos prefeitos também estiveram presentes Bruno Covas, vice de Doria e prefeito das regionais, Edson Aparecido, presidente da COHAB (Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo), e Júlio Semeghini, secretário de Governo de São Paulo.
Doria disse que a reunião era para se discutir gestão, mas nos bastidores comenta-se que o assunto, na realidade, era o posicionamento do tucanato regional na esfera da nova composição do PSDB Nacional.
“Menos no campo político e mais no plano econômico e social. Esse é o objetivo que nos une: melhorar a qualidade de gestão. Não é sentimento político, partidário ou ideológico”, disse o prefeito de São Paulo.
“Todos os discursos foram em cima de melhorar a eficiência (dos gastos) ”, complementou.
Doria desfechou golpes contra as administrações petistas do passado quando menciona os problemas herdados pelas novas administrações.
“ (Os problemas econômicos são) frutos do flagelo imposto por gestões ruins do PT”, disparou Doria.
“ (O PT) Proporcionou 14 milhões de desempregados, 2,7 milhões em São Paulo e mais 300 mil no Grande ABC, por isso precipitar debate (eleitoral) não é bom caminho”, finalizou o alcaide paulista.
Orlando Morando explicou que o assento da Capital segue os mesmos moldes dos disponibilizados para os governos Estadual e Federal. Os representantes indicados farão parte do Conselho Consultivo da entidade.
“Estamos buscando estreitar as distâncias que muitas vezes existem para assuntos simples, mas que quando integrados a solução é rápida”, disse Orlando Morando, presidente do Consócio.
Entretanto o maior comentário é de que a conversa versou, e muito, sobre política.
Não é novidade a preferência de Doria e Alckmin pelo ex-deputado estadual e atual prefeito de São Bernardo, Orlando Morando. Para Doria, conforme disse um tucano de altas plumas, seria um excelente representante da região na Direção Nacional do PSDB. Doria não esconde isso e, em evento anterior ocorrido em São Paulo, chegou a comentar que Orlando seria um ótimo candidato ao governo paulista.
"Desde outubro do ano passado tivemos a onda azul, que qualificou vários prefeitos no País, uma verdadeira renovação, que não estão representados no diretório nacional. Entendo que é representação necessária, pois reproduzirá o sentimento político”, afirmou Doria.
“Existe um desejo dos prefeitos de ter participação maior na direção nacional. O Doria entende que eu posso fazer esse papel. Mas tem outros prefeitos com capacidade, inclusive da região. A prioridade é ter um chefe do Executivo nessa interlocução. Se for eu ou não é uma conversa secundária e não trato de maneira personalista essa questão e agradeço ao prefeito Doria pela opção”, afirmou Orlando.
Quem não está contente com esta situação é o atual vice-governador Márcio França que postula ser o candidato da máquina estadual na sucessão de Alckmin. O desafeto de Orlando Morando, o prefeito de Diadema, se aproximou do rival do tucano na região, o deputado Alex Manente, PPS, e do vice-governador Márcio França.
Morando não acredita que os tucanos paulistas deixarão de ter candidatura própria, mas que no momento certo irá se discutir as eleições de 2018.
"O partido deverá ter candidato próprio para 2018", disse Orlando Morando e complementa "não faz sentido estar à frente do governo estadual por 24 anos e não ter candidato próprio para suceder os bons governos que o PSDB desempenhou no Estado", finalizou Morando.