Com 14 medalhas de atletas militares, Brasil supera meta

 

Esporte - 20/08/2016 - 21:20:01

 

Com 14 medalhas de atletas militares, Brasil supera meta

 

Da Redação com Abr

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Responsáveis por 30% da delegação brasileira, os 145 atletas militares que participaram dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro conquistaram 14 medalhas

Responsáveis por 30% da delegação brasileira, os 145 atletas militares que participaram dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro conquistaram 14 medalhas

Dos 465 que integraram a delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de 2016, 145 são militares em 27 modalidades esportivas. A meta era atingir dez medalhas, mas o resultado superou a expectativa chegando a 14, informou o Ministério da Defesa.

Entre esses atletas está a judoca medalha de ouro, Rafaela Silva, que entrou na Marinha em janeiro de 2014. Segundo ela, a participação nos Jogos Mundiais Militares, realizados antes das Olimpíadas, e o apoio financeiro ajudam na preparação.

“É muito importante a gente ter outros tipos de recursos, representar a Marinha nos Jogos Mundiais Militares, onde a gente conhece alguns adversários que possam estar em Olimpíada e em campeonatos mundiais. A gente tem uma ajuda também, porque a gente não consegue treinar com preocupação. A gente tem uma renda fixa e uma preocupação a menos, podendo se preocupar mais com o treino e a competição”, comentou.

Medalha de ouro no salto com vara, Thiago Braz, da Aeronáutica, destacou que para o desenvolvimento da modalidade dele, as Forças Armadas têm uma estrutura de pista de saltos que vai influenciar a preparação para as competições. “O principal é que agora a gente vai ter um espaço. Quando eu estiver lá fora e vier para o Brasil, vou poder fazer intercâmbios. Isso vai dar uma boa ajuda”, apontou.

Segundo Thiago, os resultados dos Jogos de 2016 devem atrair mais atenção para outros esportes além do futebol. “Não vou comparar o atletismo com futebol, porque a gente ainda é fraco nesta área, mas acredito que tendo uma medalha pode influenciar muitos brasileiros a voltarem os olhos ao esporte. Não somente ao futebol, mas em outras áreas. O interessante é que as pessoas estão tendo a oportunidade de iniciar, a partir de 2017 ou ainda em 2016, uma nova fase para o Brasil. O esporte só tem a ganhar com isso”, concluiu.

Os atletas militares medalhistas olímpicos participaram hoje (20), com outros atletas militares, da cerimônia de encerramento do Clube Conselho Internacional do Esporte Militar (CISM), na Fortaleza de São José da Ilha das Cobras, no centro do Rio de Janeiro. O presidente do CISM, coronel Abdulhakeem Alshano, agradeceu a participação de todos os atletas militares nesta Olimpíada. “Os atletas militares conseguiram resultados positivos e deram contribuição enorme para os esportes em nível internacional”, destacou.

Militar do Bahrein, Alshano elogiou o trabalho feito pelas Forças Armadas brasileiras. “O Brasil tem um papel muito importante. Realmente forma pessoas que tem muito talento. Contribui para qualificar as pessoas para diferentes atividades”, declarou.



Diretor do Ministério da Defesa sugere mais investimentos em atletas militares

O diretor do Departamento de Desporto Militar do Ministério da Defesa, vice-almirante Paulo Zuccaro, disse hoje (20) ser preciso que os programas das Forças Armadas de apoio ao esporte invistam mais na preparação de atletas de base para obter resultados na Olimpíada de 2024, em Tóquio. Na cerimônia de encerramento do Clube do Conselho Internacional do Esporte Militar, ele informou que ainda não há avaliação no governo sobre a ampliação de recursos para os programas desenvolvidos em parceria com os Ministérios do Esporte e do Desenvolvimento Social.

Segundo Zuccaro, depois das competições de 2016, as Forças Armadas avaliarão os sucessos e as falhas destes Jogos Olímpicos para reforçar o atendimento em modalidades nas quais as Forças Armadas podem dar uma contribuição maior. Para o diretor, as modalidades muito custosas, nas quais já existe uma participação grande dos clubes e das empresas, talvez não sejam o melhor segmento para esse tipo de investimento.

“A gente imagina que pode trabalhar mais naquele segmento, naquelas modalidades de custo mais moderado e em que a nossa estrutura faça mais diferença. Os antigos chamavam esportes amadores. Trabalhar mais no segmento dos esportes individuais que dão muitas medalhas e talvez não atraiam tanta atenção do público e tenham patrocínios mais modestos. A gente pode fazer muito nestes campos”, afirmou. Ele citou as artes marciais, o atletismo e a natação como esportes que podem receber maior apoio militar.

De acordo com Zuccaro, os Jogos Mundiais Militares, sempre realizados antes de uma Olimpíada, fazem parte do planejamento das Forças Armadas. “Aí, a gente vê muita gente se revelando e despontando e indicando grandes possibilidades para a Olimpíada seguinte. A gente tem um planejamento estratégico que envolve os próximos Jogos Mundiais Militares, na China, e suas consequências positivas para os Jogos Olímpicos no Japão”, destacou.

Atualmente o Programa Atletas de Alto Rendimento (PAAR) tem 670 atletas, dos quais 76 são militares de carreira. A adesão é voluntária e depende de aprovação no edital de participação. O período máximo de permanência é de oito anos, o que corresponde a dois ciclos olímpicos.

Na comparação com atletas militares de outros países, o diretor do Ministério da Defesa citou a dupla do vôlei de praia Alison e Bruno Schimidt, que venceu a dupla italiana também formada por militares da Força Aérea da Itália. Na dupla feminina alemã, vencedora no vôlei de praia, uma das atletas é militar. Ele citou ainda o atleta americano que conquistou a medalha de bronze no salto com vara, embora os Estados Unidos não usem as Forças Armadas como componente importante do seu esforço olímpico.

De acordo com o diretor, a participação do Ministério da Defesa é mais forte na estrutura de atendimento médico, odontológico, nas instalações esportivas e na supervisão técnica na ciência do esporte do que no apoio financeiro. Ainda assim, disse Zuccaro, R$ 18 milhões são investidos por ano, dos quais R$ 15 milhões para os salários e o restante para os gastos com competições.

“O Ministério do Esporte nos ajuda muito. Nos últimos cinco anos o investimento do Ministério do Esporte nas Forças Armadas somou R$ 120 milhões, aplicados na melhoria das instalações desportivas militares, e aproximadamente mais R$ 25 milhões para a participação de atletas militares em competições de alto nível”, destacou.

 



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