Familiares de vítimas disparam acusações de imprudência contra o motorista do ônibus

 

Litoral - 09/06/2016 - 20:17:15

 

Familiares de vítimas disparam acusações de imprudência contra o motorista do ônibus

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Depois de bater numa rocha, ônibus tombou matando pelo menos 18 pessoas. Veículo ia de Mogi das Cruzes para Bertioga

Depois de bater numa rocha, ônibus tombou matando pelo menos 18 pessoas. Veículo ia de Mogi das Cruzes para Bertioga

Em meio à comoção no Instituto Médico Legal (IML) do Guarujá, no litoral sul de São Paulo, familiares das vítimas do acidente de ônibus que vitimou 18 pessoas, na Rodovia Mogi-Bertioga, no fim da noite desta quarta-feira, 8, atribuem o acidente a uma possível imprudência do motorista. Familiares do condutor, porém, discordam da versão.

O ambulante de 49 anos, Marcos Oliveira dos Santos, disse que a filha Gabriela da Silva Oliveira Santos, de 22, costumava reclamar da imprudência do motorista. “Amigos dela mudaram de ônibus por causa disso.”

Ela estava no ultimo ano do curador Engenharia Civil na Universidade de Mogi das Cruzes (UMC).

O caseiro Otacilio Pereira de Lima Filho, de 53, afirmou que a filha, Tita de Cássia Alves de Lima, de 19, queixava-se do excesso de velocidade. “Ela dizia também que os ônibus quebravam frequentemente.”

Familiares do motorista Antônio Carlos da Silva, de 38, questionam a versão. “Antes do acidente, ele mandou uma mensagem para a mulher falando que ia se atrasar por causa da neblina. O tacógrafo marcou 48 km/h no acidente”, disse o marinheiro Anderson Luís da Silva, de 27, irmão do condutor.

Silva disse que os ônibus costumam seguir em comboio. “Não tinha como todos correrem juntos.”

O delegado de Bertioga que acompanha o caso, Fábio Pierry, afirmou que só a perícia poderá identificar as causas do acidente. Entretanto, afirmou que, em uma análise inicial, foi possível constatar que o veículo estava um pouco acima da velocidade. “Mas não dá para dizer se isso foi fator determinante.”

Uma equipe fará uma perícia mecânica na tarde desta quinta-feira, 9, para avaliar o veículo, tentando identificar assim uma possível falha mecânica no carro.



Polícia tem dificuldade para investigar acidente com ônibus

Muitas peças importantes para o trabalho dos peritos na identificação das causas do acidente com ônibus que capotou na noite de ontem (8), na rodovia Mogi-Bertioga, no Estado de São Paulo, já próximo ao litoral norte, foram danificadas. Uma delas é, por exemplo, o tacógrafo, equipamento que poderia apontar a velocidade do veículo. A informação foi dada hoje (9) pelo titular da Delegacia de Bertioga, Fábio Pierre.

O ônibus ia de Mogi das Cruzes para Bertioga e a maioria das vítimas morava em São Sebastião. Entre os mortos e feridos, estudantes universitários e do ensino médio. Todos estudavam em Mogi das Cruzes.

No acidente, morreram pelo menos 18 pessoas e mais de 10 ficaram feridas, sendo duas estão em estado grave. Um dos passageiros, Eric Augusto Ramalho, está na Unidade de Terapia Intensiva (UIT) do Hospital Santo Amaro, no Guarujá, para onde foram encaminhados seis feridos.

Destes, dois morreram (Rita de Cássia e Carolina Mareca) e outros três estão estáveis (Lais de Oliveira, Luziane Batista e Aline de Jesus. A idade precisa das vítimas não foi divulgada pelo hospital, mas a grande maioria tem entre 19 e 22 anos.

Entre os mortos estava o motorista que trabalhava há dois anos para a empresa União do Litoral, fretado pela prefeitura de São Sebastião. Segundo a prefeitura, a empresa foi contratada para operar 13 linhas de transporte de estudantes, sendo seis no caminho entre São Sebastião e Mogi das Cruzes. A documentação do ônibus, ainda de acordo com a prefeitura, estava em ordem.

O trecho da estrada onde o ônibus tombou era de declive e com pouca iluminação, afirmou o delegado Fábio Pierre. Não estava chovendo, mas o veículo bateu numa rocha e, ao tombar ficando com as rodas para cima, teve toda a parte do teto destruída, inclusive a cabine. ”A maioria das vítimas sofreu contusões muito sérias na cabeça”, disse o delegado em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.

Perícia

Ele afirmou que pode ter ocorrido uma conjunção de fatores determinando o acidente, mas só a perícia poderá identificar se houve falha humana, condições adversas na estrada ou mesmo questões mecânicas. O problema, disse o delegado, é que está sendo muito difícil o trabalho dos peritos para auxiliar nas investigações em razão do estado em que ficou o ônibus, um monte de ferro retorcido, incluindo o tacógrafo.

A cena que se via no local logo após o acidente era chocante, afirmou o delegado. “Somos pais, temos filhos que estudam e chegar no local e ver 15 corpos e dezenas de feridos em meio a sangue, casacos, mochilas, bolsas, até cobertores, porque estava frio, e celulares tocando. Isso deixou todos chocados”, afirmou.

De acordo com o delegado, o ônibus foi fabricado em 2005 e, apesar de a estrada ser perigosa, o motorista conhecia bem o trajeto que fazia há pelo menos dois anos. O policial comentou, ainda, que por pouco não ocorreu outra tragédia porque enquanto os bombeiros, a Polícia Rodoviária e demais socorristas atendiam as vítimas, um caminhão desgovernado surgiu na contramão da estrada e só parou após bater em um guincho e em uma viatura do Corpo de Bombeiros.

O motorista do caminhão alegou ter perdido o freio. De acordo com a Polícia Rodoviária estadual, o acidente ocorreu por volta das 22h50 e a estrada ficou bloqueada entre zero hora e às 7h05 de hoje (9).

 



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