O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Teori Zavascki, determinou nesta quinta-feira o afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do mandato de deputado federal.
O ministro, em decisão com 73 páginas, concedeu uma liminar em um pedido de afastamento feito pela Procuradoria-Geral da República e apontou 11 situações que comprovariam o uso do cargo pelo deputado para "constranger, intimidar parlamentares, réus, colaboradores, advogados e agentes públicos com o objetivo de embaraçar e retardar investigações".
"Ante o exposto, defiro a medida requerida, determinando a suspensão, pelo requerido, Eduardo Cosentino da Cunha, do exercício do mandato de deputado federal e, por consequência, da função de Presidente da Câmara dos Deputados"
Leia a Íntegra da decisão do ministro Teori Zavascki do STF
Cunha é réu em uma ação penal no Supremo, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro sob a acusação de integrar o esquema de corrupção da Petrobras, além de responder a uma denúncia e a três outros inquéritos no contexto da Operação Lava-Jato.
Na peça, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, chegou a classificar o peemedebista de "delinquente".
Procurada pela reportagem, a assessoria do peemedebista afirmou que não foi comunicada sobre a decisão.
Cunha deve ser substituído por outro investigado na Lava Jato, o deputado Waldir Maranhão (PP-MA).