O vice-presidente Michel Temer afirmou em entrevista ao jornal O Globo , na última terça-feira, 26, que, se assumisse a Presidência hoje, Henrique Meirelles seria seu ministro da Fazenda, pois ficou "muito bem impressionado" com o ex-presidente do Banco Central do governo Luiz Inácio Lula da Silva após a conversa que tiveram no sábado passado.
Na entrevista publicada no site do jornal, Temer disse ainda que delegaria a Meirelles a tarefa de escolher o presidente do BC e outros integrantes da equipe.
"Falei Meirelles porque, hoje, estou com esse nome na cabeça. Repito: fiquei muito bem impressionado com a conversa que tive com ele. Então, confesso que se eu tivesse que assumir hoje, o ministro da Fazenda seria ele. Mas, nenhum de nós sabe o que vai acontecer amanhã", afirmou Temer ao jornal.
Temer disse ainda que apenas fez "sondagens" para as pessoas com quem quer trabalhar se eventualmente assumir o lugar da presidente Dilma Rousseff, cujo processo de impeachment tramita no Senado.
"Eu me encontro numa situação muito difícil. Não posso, em respeito ao Senado, tratar da formação de um eventual governo, mas tenho que estar preparado para, conforme o rito, assumir o governo no dia seguinte, caso a decisão seja pelo afastamento temporário da senhora presidente da República", afirmou ele ao jornal.
"Diante dessa realidade, claro que sou obrigado a realizar sondagens. Mas não tenho assumido compromissos com ninguém. O máximo que tenho feito é dizer para a pessoa: 'posso, se for necessário, te procurar brevemente para uma conversa mais objetiva'", disse.
Sobre o senador José Serra (PSDB-SP), Temer disse se tratar de "um homem que cabe em qualquer governo", mas que a ida dele para seu eventual governo dependeria do PSDB. O vice-presidente indicou, no entanto, que Serra iria para uma pasta social, e não para equipe econômica.
"Balão de ensaio"
A entrevista de Temer causou uma mudança de rumos no mercado financeiro com a queda do dólar e a recuperação da Bolsa
O mercado financeiro resondeu positivamente ao nome de Henrique Meirelles que possui credibilidade junto aos setores internos e, também, uma grande respeitabilidade no exterior.
Com a mudança na taxa de juros praticada pelo Banco Central americano, os mercados emergentes pasam a ter melhor "spread", trazendo novos investimentos, mesmo que especulativos em um primeiro momento.
O mercado financeiro reage positivamente, então, ao possível governo Temer e também aos avanços da possibilidade, cada vez mais real, do impeachment de Dilma que teria como consequência a troca dos "capitães" que hoje ocupam cargos chaves no governo Dilma, PT.
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