PF prende Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, e bloqueia R$ 720 milhões
Da Redação com agências
Foto(s): Futura Press
Policias recolheram documentos em empresas na capital paulista
A Polícia Federal, PF, deflagrou na sexta-feira, 14, a sétima fase da Operação Lava Jato, que investiga organizações criminosas responsáveis por desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro em grandes quantias. De acordo com a PF, 300 policiais participaram da ação, com apoio de 50 servidores da Receita Federal. Entre os detidos, está o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, membro do alto escalão da estatal. Ele foi preso em sua casa no Rio de Janeiro e conduzido para a superintendência da PF na capital fluminense.
Foram cumpridos 85 mandados judiciais: 6 de prisão preventiva, 21 de prisão temporária, 9 de condução coercitiva e 49 de busca e apreensão nos estados do Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco, além do Distrito Federal. Entre os mandados de busca, 11 estão sendo cumpridos em grandes empresas. Os nomes não foram divulgados pela PF. A Justiça decretou ainda o bloqueio de aproximadamente R$ 720 milhões em bens pertencentes a 36 investigados.
Foi autorizado também o bloqueio integral de valores pertencentes a três empresas referentes a um dos operadores do esquema criminoso. A nova fase da operação ocorre após análise de material apreendido e depoimentos colhidos nas fases anteriores.
Os envolvidos responderão pelos crimes de organização criminosa, formação de cartel, corrupção, fraude à Lei de Licitações e lavagem de dinheiro.
Pernambuco
Segundo a superintendência da PF em Pernambuco, duas equipes de policiais federais cumpriram um Mandado de Busca e Apreensão num apartamento de luxo no bairro de Boa Viagem, porém nada foi encontrado. Um empresário teve a prisão temporária decretada e foi encaminhado para o Aeroporto Internacional dos Guararapes com destino à São Paulo, de onde irá seguir ainda hoje para Curitiba (PR), onde as investigações são conduzidas.
Construtoras
Entre as empresas investigadas está a Odebrecht, que confirmou a presença de agentes da Polícia Federal em sua sede, no Rio de Janeiro. Segundo a empresa, a Polícia Federal esteve hoje (14/11) no escritório da Odebrecht no Rio de Janeiro para cumprimento de mandado de busca e apreensão de documentos, expedido no âmbito das investigações sobre supostos crimes cometidos por ex-diretor da Petrobras. A equipe foi recebida na empresa e obteve todo o auxílio para obter acesso a qualquer documento ou informação buscada.
A Odebrecht reafirma que está inteiramente à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos sempre que necessário.
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Foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva, todos em São Paulo, contra Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor-presidente da área internacional da Construtora OAS; Erton Medeiros Fonseca, diretor-presidente da divisão de engenharia industrial da Galvão Engenharia; Gerson de Mello Almada, vice-presidente da Engevix Engenharia; e José Ricardo Nogueira Breghirolli, funcionário da Construtora OAS.
De acordo com a Justiça Federal do Paraná, mandados também foram emitidos para Eduardo Hermelino Leite, diretor vice-presidente da Camargo Correa e Sérgio Cunha Mendes, diretor vice-presidente executivo da Mendes Junior Trading Engenharia.
A Justiça Federal decretou 19 mandados de prisão temporária - todas de cinco dias -, sendo que 13 deles foram cumpridos durante o dia: seis em São Paulo, um Osasco, um Santos, quatro no Rio de Janeiro e um em Salvador (este mandado estava previsto incialmente para ser cumprido em São Paulo).
Foram presos Othon Zanoide de Moraes Filho, diretor-geral de desenvolvimento comercial da Vital Engenharia, do Grupo Queiroz Galvão; Ildelfonso Colares Filho, diretor-presidente da Construtora Queiroz Galvão; Otto Garrido Sparenberg, diretor de operações da IESA Óleo & Gás; Jayme Alves de Oliveira Filho; Renato de Souza Duque; Mateus Coutinho de Sá Oliveira, da Construtora OAS; José Aldemário Pinheiro Filho, presidente da OAS; Alexandre Portela Barbosa, advogado da Construtora OAS; Ricardo Ribeiro Pessoa, responsável pela UTC Participações; Ednaldo Alves da Silva, da empresa UTC; Carlos Eduardo Strauch Albero, diretor técnico da Engevix Engenaria; Carlos Alberto da Costa Silva; Newton Prado Júnior, diretor técnico da Engevix Engenharia em Santos; e Walmir Pinheiro Santana, da UTC.
Também foram emitidos mandados de prisão temporária para: João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração da Construções e Comércio Camargo Correa; Dalton dos Santos Avancini, diretor presidente da Camargo Corrêa Construções e Participações; Valdir Lima Carreiro, diretor-presidente da IESA Óleo & Gás em Pinhais (PR); Adarico Negromonte Filho e Fernando Antonio Falcão Soares (Fernando Baiano).
Todos os presos durante a sétima fase da operação estão sendo encaminhados para a superintendência da PF em Curitiba.
Foram cumpridos ainda nove mandados de condução coercitiva, sendo três na capital paulista, um em Jundiaí, no interior paulista, dois em Belo Horizonte, dois no Rio de Janeiro e outro em Recife. Destes, foram cumpridos seis (em São Paulo, Rio, Belo Horizonte e Recife).
Os mandados, para que os citados compareçam perante à autoridade policial para esclarecimentos, foram decretados para Edmundo Trujillo, diretor do Consórcio Nacional Camargo Correa; Pedro Morollo Junior, da OAS; Angelo Alves Mendes, diretor vice-presidente da Mendes Junior Trading e Engenharia; Flavio Sá Motta Pinheiro, diretor administrativo e financeiro da Mendesprev, da Mendes Junior; Cristiano Kok, presidente da Engevix Engenharia; Marice Correa de Lima, da OAS; e Luiz Roberto Pereira.
A PF ainda confirmou que foram cumpridos todos os 49 mandados de busca e apreensão, em Recife, Jundiaí, Santos, Curitiba, Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte.
O Ministério Público Federal (MPF) no Paraná, que integra a força-tarefa da operação Lava Jato, divulgou nesta sexta-feira que, em breve, devem ser oferecidas denúncias relacionadas ao caso. Segundo o MPF, as prisões e os materiais recolhidos vão possibilitar o avanço das investigações, aprofundando o conhecimento sobre crimes cometidos contra a Petrobras. O MPF ainda comunicou que os trabalhos têm apoio e coordenação do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot.
As empreiteiras envolvidas na sétima fase da Operação Lava Jato possuem contratos de R$ 59 bilhões com a Petrobras. A suspeita é de que parte dos recursos tenha sido utilizado em corrupção de agentes públicos. Em entrevista coletiva realizada na manhã de hoje, em Curitiba (PR), o delegado da PF, Igor Romário de Paula comentou que os mandados de prisão foram concentrados em executivos de empreiteiras que celebraram contratos com a Petrobras e em agentes secundários do esquema, em envolviam operadores e doleiros, além de outras pessoas que participavam da lavagem de dinheiro por meio de prestações de consultorias cujas realizações não foram confirmadas.