Rebeldes na Ucrânia estão sob liderança de russos, diz ONU

 

Internacional - 28/07/2014 - 07:32:26

 

Rebeldes na Ucrânia estão sob liderança de russos, diz ONU

 

Da Redação com agências

Foto(s): Reuters / AP

 

Rebeldes contam com armamento pesado, incluindo morteiros e artilharia antiaérea, tanques e veículos blindados, assim como minas, segundo corroboraram os observadores da ONU no terreno

Rebeldes contam com armamento pesado, incluindo morteiros e artilharia antiaérea, tanques e veículos blindados, assim como minas, segundo corroboraram os observadores da ONU no terreno

Os grupos armados separatistas pró-russos que combatem no leste da Ucrânia estão se "profissionalizando" e estão se unindo sob um comando unificado de líderes que, em muitos casos, são de nacionalidade russa, revelou nesta segunda-feira a ONU.

"O que antes eram grupos armados anárquicos com diferentes lealdades e agendas estão se unindo sob um comando central", segundo um relatório do Escritório da alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

"Seus líderes, muitos dos quais são nacionais da Federação Russa, são treinados e curtidos pela experiência em conflitos como os da Chechênia (Rússia) e Transnístria (Moldávia)", precisam os observadores da ONU em seu relatório.

Na apresentação deste documento à imprensa, o chefe da Seção para as Américas, Europa e Ásia Central do alto comissário, Gianni Magazzeni, detalhou que esses grupos armados "são dirigidos, tanto política como militarmente, por cidadãos russos".



Esta cada vez mais unificada força rebelde conta agora com armamento pesado, incluindo morteiros e artilharia antiaérea, tanques e veículos blindados, assim como minas, segundo corroboraram os observadores no terreno.

Assim, as milícias que operam nas regiões de Donestk e Lugansk uniram suas forças para autoproclamar a "República Popular de Novorossia" (Nova Rússia) e, segundo eles, adotaram uma Constituição e estão finalizando os preparativos para o estabelecimento de um autogoverno.

De acordo com o relatório, que é o quarto sobre a situação de direitos humanos no leste da Ucrânia e cobre o período de 8 de junho a 15 de julho, as milícias continuam cometendo sequestros, detenções, torturas e executando pessoas que têm como reféns. Desta maneira buscam intimidar o resto "e exercer seu poder sobre a população de maneira brutal".

Por outro lado, o fato de que os grupos armados "já não só sejam de gente local que quer mais autonomia regional ou um Estado separado autônomo, mas estão sendo organizados por combatentes profissionais não ucranianos", está provocando que aumente o discurso antirrusso.

Para controlar isto, os rebeldes estão exercendo um severo controle sobre os meios de comunicação, ameaçando com represálias se não cobrirem "de maneira positiva" suas atividades ou se utilizam as palavras "separatistas" ou "terrorismo".

Queda de avião na Ucrânia pode ser crime de guerra, diz ONU

Combates entre o exército ucraniano e rebeldes separatistas já deixaram mais de 1,1 mil mortos desde abril, de acordo com a ONU

A derrubada do avião malaio no leste da Ucrânia pode ser considerado um crime de guerra, afirmou a ONU nesta segunda-feira, acrescentando que os combates entre o exército ucraniano e os rebeldes pró-russos já deixaram mais de 1,1 mil mortos desde abril.

"Esta violação da lei internacional, dadas as circunstâncias, pode ser considerada um crime de guerra", declarou a comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, em um comunicado

Pillay pediu uma investigação meticulosa, efetiva, independente e imparcial sobre a queda do avião provocada por um míssil em uma zona controlada pelos insurgentes. No avião da Malaysian Airlines, havia 298 pessoas, todas mortas.

A Cruz Vermelha indicou oficialmente na semana passada que a situação na Ucrânia se caracteriza como uma guerra civil, o que transforma as áreas em conflito passíveis de serem condenadas por crimes de guerra.

A ONU calcula que mais de 1,1 mil pessoas morreram nos combates na região desde meados de abril, segundo um relatório publicado nesta segunda-feira, e denuncia que os dois lados utilizaram armamento pesado em zonas residenciais.

Estes últimos dados supõem um aumento considerável em relação ao balanço de 18 de julho, no qual a ONU citou 256 mortos desde abril.

Pillay afirmou ainda que as informações da intensificação dos combates nos redutos dos insurgentes, nas regiões de Donetsk e Lugansk, são "extremadamente alarmantes" e disse que as duas partes "empregam armamento pesado em zonas residenciais, incluindo artilharia, tanques, foguetes e mísseis".



Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, pediu uma investigação meticulosa, efetiva, independente e imparcial sobre a queda do avião provocada por um míssil em uma zona controlada pelos insurgentes

Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, pediu uma investigação meticulosa, efetiva, independente e imparcial sobre a queda do avião provocada por um míssil em uma zona controlada pelos insurgentes

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