Depois de três rodadas sem vencer no Campeonato Brasileiro, o Botafogo encerrou a série negativa jogando em Presidente Prudente, no interior de São Paulo. Na noite desta quarta-feira, a equipe suportou a pressão do Palmeiras e fez 2 a 0 para impor ao clube alviverde sua segunda derrota consecutiva na competição.
Com o resultado, o Botafogo chega aos 8 pontos e deixa a zona de rebaixamento da competição de forma provisória – o desenrolar da rodada ainda pode complicar a situação do clube carioca. Já o Palmeiras, que embalou resultados positivos sob o comando do interino Alberto Valentim, pode ver o G-4 cada vez mais longe: tem 12 pontos, no 6º lugar.
O Palmeiras volta a campo para sua última partida antes da pausa para a disputa da Copa do Mundo no domingo, quando encara o Grêmio no Estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul. A partida está marcada para as 16h (de Brasília). No mesmo dia e horário, o Botafogo faz o último evento-teste da Arena Corinthians, em Itaquera, enfrentando o anfitrião na Zona Leste de São Paulo.
Em Presidente Prudente, o Palmeiras dominou a partida no primeiro tempo, mas não teve eficiência ofensiva para abrir o placar. Aos 3min, Diogo quase marcou em chute cruzado. Aos 11min, Wendel cruzou para Marquinhos Gabriel, que estava em boa posição, mas cabeceou mal. Aos 19min, foi a vez de Diogo desviar de cabeça para fora. Aos 21min, Marquinhos Gabriel foi lançado pela esquerda e encobriu Renan, mas a bola saiu.
Aos 33min, o Botafogo chegou ao gol com Emerson, mas o tentou foi anulado porque o jogador estava em posição irregular no momento do lançamento, e o impedimento foi marcado. Aos 41min, Wesley ficou com sobra de escanteio e chutou forte; a bola desviou em André Bahia e sobrou para Diogo, que errou o alvo na finalização. O primeiro tempo ainda teve polêmica discussão entre Emerson e Lúcio – o atacante botafoguense acusou o adversário de mau-caratismo e preconceito.
O Botafogo, que passou a maior parte do tempo se defendeu, mudou o panorama da partida no segundo tempo. Aos 15min, Bolatti aproveitou rebote de cobrança de escanteio e emendou chute da intermediária; a bola entrou no canto direito de Fábio, que não alcançou. À frente no marcador, o time ainda ficou mais tranquilo aos 25min, quando Wesley fez falta dura em Emerson e foi expulso, deixando o Palmeiras com um homem a menos.
O Botafogo ainda perdeu chance incrível aos 27min. Zeballo recebeu bola dentro da área e driblou o goleiro Fábio, mas Marcelo Oliveira apareceu quase em cima da linha para rebater a finalização e evitar o segundo gol. O Palmeiras tentou pressionar o Botafogo até o final, mas o time carioca manteve a postura defensiva e garantiu a volta das vitórias no Campeonato Brasileiro aos 48min, em contra-ataque puxado por Zeballos, que invadiu a área e tocou na saída de Fábio.
O jogo
Sem contar com Mendieta, machucado, Alberto Valentim não quis mexer na estrutura tática que rendeu quatro vitórias em seus primeiros jogos, mesmo com a má atuação na derrota de domingo, para a então lanterna Chapecoense. O meia Felipe Menezes foi a única novidade entre os titulares.
Com a bola rolando, o Palmeiras não mostrou o cansaço esperado pela maratona de viagens na véspera da partida. Impôs o ritmo acelerado para ocupar o campo adversário, contando com as movimentações de Diogo e Marquinhos Gabriel pelos lados. Assim, aos três minutos, Diogo já tinha chutado rente à trave do goleiro Renan. Aos 12, Marquinhos perdeu chance clara com cabeceio grotesco.
O Botafogo, por sua vez, se fechou desde o início na esperança de segurar o Palmeiras e apostar na correria de Emerson Sheik para acertar algum contra-ataque. O ex-atacante do Corinthians, entretanto, já causava problemas sem bola. Após trocar socos, cotoveladas e empurrões com Lúcio, levou amarelo e saiu no intervalo dizendo que o capitão do Verdão é mau caráter e o chamou de “gay como se fosse um monstro”.
Discussões à parte, o Palmeiras tinha Felipe Menezes como seu maior obstáculo, já que o meia raramente acertava qualquer uma de suas tentativas e parava todas as jogadas de ataque em que se envolvia. Quando o meia não tocava na bola, Diogo, aos 20, e Marquinhos Gabriel, aos 21, levaram perigo ao Botafogo.
As falhas defensivas, contudo, continuavam no time. E Sheik, embora sozinho, conseguia levar perigo, aproveitando-se dos erros de Lúcio. Aos 34 minutos, em uma de suas aparições sem a marcação do veterano zagueiro na área, chegou a balançar as redes e teve o gol anulado mesmo estando em posição legal.
Causando problemas constantes atrás, Lúcio resolveu ir à frente e, aos 36, entregou bola na qual Diogo só não foi à frente porque foi agarrado e derrubado por Junior Cesar na área, dando ao Verdão, também, um motivo para reclamar do árbitro Heber Roberto Lopes. No caso, pedindo pênalti.
O Palmeiras, de qualquer forma, confirmou que foi o time mais perigoso do primeiro tempo em chute de Wesley que o goleiro Renan defendeu e em outro arremate do volante em cima do companheiro Henrique, além de finalização na pequena área de Diogo em cima da zaga adversaria nos últimos minutos antes do intervalo.
Deixando o cansaço de lado, o Verdão teve Wesley finalizando rente à trave com menos de um minuto de segundo tempo, como resultado do ritmo acelerado que acuou o Botafogo. Mas logo o nervosismo atrapalhou a ponto de Wesley receber, aos oito minutos, um cartão amarelo por trocar ofensas com Edilson. Advertência que custaria caro.
O Botafogo mostrou que não precisava estar tão presente no ataque para abrir o placar, até porque a zaga do Palmeiras era um convite. Assim, aos 15 minutos, Bolatti teve liberdade para ajeitar o corpo na meia-lua e aproveitar bola que sobrou após cobrança de escanteio para chutá-la com força nas redes do goleiro Fábio.
Em seu último lance lúcido no jogo, Diogo colocou a bola na cabeça de Felipe Menezes e Renan evitou o empate, aos 21 minutos. A pressão preparada pelo Palmeiras logo foi desfalcada porque Wesley não suportou ver a bola passar entre suas pernas em drible de Sheik, levantou o adversário e acabou recebendo o segundo amarelo, deixando seu time com um a menos.
Coube ao Botafogo tocar a bola e se aproveitar do nervosismo do Palmeiras, que crescia à medida que apareciam vaias a todos que foram substituídos na tentativa, inútil, de superar a inferioridade numérica para empatar. Nada além de uma bomba de Henrique deu trabalho ao goleiro Renan em mais de meia hora de jogo.
O time carioca, por sua vez, já tinha visto Marcelo Oliveira salvar o segundo gol de Zeballos em cima da linha. Mas, aos 48 minutos, o atacante partiu em contra-ataque desde o campo de defesa para fazer 2 a 0.
FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 0 X 2 BOTAFOGO
Local: Estádio Paulo Constantino, em Presidente Prudente (SP)
Data: 28 de maio de 2014, quarta-feira
Horário: 19h30 (de Brasília)
Árbitro: Heber Roberto Lopes (Fifa-SC)
Assistentes: Fábio Pereira (Fifa-TO) e Helton Nunes (SC)
Assistentes adicionais: Antonio Denival de Morais e Paulo Roberto Alves Junior (ambos do PR)
Cartões amarelos: Bolatti, Emerson Sheik e Rodrigo Souto (Botafogo)
Cartão vermelho: Wesley (Palmeiras)
Gols
BOTAFOGO: Bolatti, aos 15, e Zeballos, aos 48 minutos do segundo tempo
PALMEIRAS: Fábio; Wendel (Rodolfo), Lúcio, Marcelo Oliveira e William Matheus; Renato, Wesley e Felipe Menezes (Bernardo); Marquinhos Gabriel (Chico), Diogo e Henrique - Técnico: Alberto Valentim
BOTAFOGO: Renan; Lucas, André Bahia, Bolívar e Junior Cesar (Julio Cesar); Aírton, Bolatti (Rodrigo Souto), Edilson e Wallyson (Jorge Wagner); Zeballos e Emerson Sheik - Técnico: Vagner Mancini