"Não está tudo bem com a inflação", afirma Dilma em jantar com jornalistas

 

Economia - 07/05/2014 - 11:03:53

 

"Não está tudo bem com a inflação", afirma Dilma em jantar com jornalistas

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Presidência da República

 

Presidente Dilma Rousseff com jornalistas no Palácio da Alvorada

Presidente Dilma Rousseff com jornalistas no Palácio da Alvorada

Em jantar com jornalistas no Palácio da Alvorada na noite de terça-feira, a presidente Dilma Rousseff disse que “a inflação está sob controle”, mas reconheceu que “não está tudo bem” com os preços. Dilma chamou de “ridícula” as críticas que sugerem que o País entrará em crise a partir do ano que vem e negou que o governo estuda aumentar impostos para atingir o superávit primário das contas públicas em 2014.

“É absurda essa história de o Brasil explodir em 2015”, disse a presidente. “Pelo contrário, o Brasil vai bombar.” A presidente afirmou que existe uma “má vontade tremenda” nas análises econômicas no Brasil. Dilma também disse que uma meta de inflação de 3%, como foi sugerida pelo futuro adversário nas eleições Eduardo Campos, significaria para o País desemprego de 8,2% e falta de recursos para investimentos.

A presidente, ainda, negou que a inflação seja o motivo do mau humor da população, que em pesquisas de intenção de voto tem demonstrada preocupação com a economia do País. Para Dilma, nunca houve “campanha eleitoral sem mau humor” e isso é reflexo de uma demanda da população por melhores serviços, que dependem de investimentos de longo prazo que não foram feitos no passado, como as ampliações dos aeroportos.

Meta de inflação inferior a 4,5% é irreal, diz Mantega


"No futuro poderemos almejar meta de inflação mais baixa, poderá ser entre 3% e 3,5%", disse o ministro Mantega

 


A economia brasileira não reúne condições necessárias para que seja adotada no País uma meta de inflação inferior aos 4,5% em vigor, disse na noite terça-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliando ainda que os preços altos irão ceder nos próximos meses.

"No futuro poderemos almejar meta de inflação mais baixa, poderá ser entre 3% e 3,5%. Mas neste momento não reunimos condições para isso", disse Guido Mantega em entrevista ao programa "Espaço Público" transmitido pela TV Brasil.

A meta de inflação do governo é de 4,5% com tolerância de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo. O pré-candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, disse que, se eleito, reduziria a meta de inflação a 4% a partir de 2016 e a fixaria a 3% para 2019.

Mesmo diante da alta dos juros iniciada pelo Banco Central em abril do ano passado, a inflação segue elevada e economistas de instituições financeiras preveem que a alta do índice de preços oficial, o IPCA, encerrará este ano com alta de 6,5%, segundo a última pesquisa Focus do BC.

Os preços altos constituem um dos principais problemas do governo, com a crescente insatisfação do eleitorado com a perda de poder aquisitivo sendo um dos fatores que explicam a piora da avaliação do governo e a redução da popularidade da presidente Dilma Rousseff neste ano eleitoral.

Durante a entrevista, Mantega fez um prognóstico otimista sobre a trajetória dos preços.

"Teremos em abril inflação menor e inflação em maio menor ainda e em junho estará em patamar mais tranquilo."

Neste cenário de preços altos e resistentes ao aperto monetário - entre abril de 2013 e abril deste ano o BC retirou a taxa Selic da mínima histórica de 7,25% ao ano elevando-a gradualmente para os 11% atuais - Mantega foi questionado por jornalistas sobre se seria a favor da autonomia do banco.

"Não acho que tem que mudar nada. Está bom desse jeito", respondeu o ministro. Atualmente o BC tem autonomia operacional, mas não institucional, sendo que seu presidente e diretores não têm um mandato fixo.

Também questionado sobre o controle dos gastos, ele reconheceu que o governo cometeu exageros no fechamento das contas públicas para cumprir a meta de superávit primário de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano de 2012.

"No fechamento das contas de 2012 tivemos que fazer uma grande esforço para fazer meta fiscal. A economia cresceu pouco, a arrecadação foi fraca e tivemos que pegar Fundo Soberano, que era poupança, e forçamos um pouco a barra nesse sentido", comentou.

Na defesa da administração da presidente Dilma, o titular do Ministério da Fazenda defendeu o governo teria conseguido "compatibilizar o superávit primário com políticas econômicas e sociais" e que os gastos públicos não são fonte de pressão dos preços.

Crédito restrito

O ministro também voltou a mostrar preocupação com a pouca oferta de crédito numa conjuntura marcada por baixo crescimento econômico, destacando que os bancos privados são responsáveis por 70% da oferta de crédito para o consumo.

Mas disse que não pretende "fazer movimentos com bancos públicos" para ampliar a oferta de crédito na economia.

Nos dados mais recentes do BC, o mercado de crédito brasileiro encerrou o primeiro trimestre com aumento de 1,6% no saldo de estoque em comparação a igual período de 2013, em meio ao aumento dos encargos financeiros cobrados nos empréstimos e financiamentos em decorrência do aperto dos juros básicos.

Com informações da Reuters



Links
Vídeo