O governador de Pernambuco e presidenciável, Eduardo Campos (PSB), oficializou ontem a entrada do PSDB em sua administração.
Após uma série de conversas com o deputado federal Sérgio Guerra (PSDB-PE), Campos anunciou que os tucanos assumirão a Secretaria de Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo e a presidência do Detran.
Os cargos eram ocupados pelo PTB, que deixou a base aliada no ano passado e deve enfrentar o candidato de Campos no ano que vem com o apoio do PT.
Pelo arranjo, o PSDB pernambucano passa a apoiar o candidato pessebista ao governo de Pernambuco, cujo nome ainda não foi definido.
O PSDB tem três deputados no Estado que são os principais nomes da oposição na Assembleia. O partido, porém, afirma que eles estão livres para continuar no campo da oposição.
Para Campos, a entrada dos tucanos em sua administração é fruto de "uma relação de muito tempo". Ele nega tratar-se de benefício em troca de apoio político.
"Cada um vai interpretar da forma que desejar. A interpretação é livre. A relação nossa com o PSDB de Pernambuco vem de muito tempo."
O acordo em Pernambuco não se estende a outros Estados --em São Paulo, a ex-senadora Marina Silva (PSB) reluta em apoiar a candidatura à reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Questionado a respeito, Campos afirmou que ainda não há definições. "Temos muito tempo para discutir essa questão."
O novo secretário de Trabalho será o ex-superintendente do Sebrae Pernambuco, Murilo Guerra.
Já o Detran será comandado por Caio Melo, secretário de Saúde de Camaragibe (PE).
O ingresso dos tucanos no governo faz parte de uma reforma administrativa maior. Outras três secretarias terão novos titulares.
A recém-criada Secretaria de Infraestrutura será comandada por João Bosco de Almeida, ligado ao PSB. Almeida deixou a presidência da Chesf após o PSB entregar os cargos que mantinha no governo da presidente Dilma Rousseff.
As secretarias de Turismo e de Desenvolvimento Social serão assumidas por secretários-executivos. Os titulares das pastas voltarão para a Assembleia Legislativa e deverão disputar novo mandato.
Dois secretários interinos também serão efetivados nos cargos amanhã.
Outra mudança oficializada pelo governador é a redução do número de secretarias --de 29 para 23. Algumas pastas foram transformadas em secretarias-executivas.
Apesar da medida, não houve exonerações.
O governo afirma que vai economizar R$ 50 milhões por ano com a otimização de processos internos, antes dispersos e agora concentrados.