A correção do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) utiliza com base a Teoria de Resposta ao Item (TRI) e não segue o padrão das avaliações tradicionais, em que o número de acertos corresponde à média final. Até mesmo o acerto casual - chute - é previsto. A metodologia , usada desde 2009, é a mesma de outros grandes exames como o SAT (espécie de vestibular para algumas universidades norte-americanas) e o TOEFL (que avalia proficiência em inglês). Tomando como exemplo uma prova do Enem com 180 questões, que permitem acerto casual: se duas pessoas acertarem 20 questões - se não forem as mesmas 20 questões - dificilmente elas terão a mesma nota.
Para Tadeu da Ponte, diretor da Primeira Escolha, empresa especializada em avaliações e métricas educacionais, em um exame de grande porte e com tantos participantes, estar bem preparado em todas as disciplinas é fundamental. E, mais do que isso, conhecer bem os processos de correção pode ser decisivo para conseguir uma boa nota. Ele considera o método TRI o mais justo na atualidade, pois valoriza com fundamento estatístico a coerência da relação de erros e acertos, porém, lembra que é um método específico para exames com muitos participantes, como o Enem. “Imagine classificar 7 milhões de pessoas em uma escala de zero a 180. Haveria muitos empates”, diz. “O que a TRI faz é achar um número adequado, em uma escala maior, mantendo as 180 questões exigidas”, completa.
De acordo com o Ministério da Educação, a TRI qualifica o item de acordo com três parâmetros: Poder de discriminação, que é a capacidade de um item distinguir os estudantes que têm a proficiência requisitada daqueles quem não a têm; Grau de dificuldade e Possibilidade de acerto ao acaso (chute).
Essas características permitem estimar a habilidade de um candidato avaliado e de garantir que essas habilidades, medidas a partir de um conjunto de itens, sejam comparadas com outro conjunto na mesma escala, ainda que eles não sejam os mesmos e que haja quantidades diferentes de itens usados para o cálculo.
De acordo com Tadeu, a aplicação da TRI no Enem, na verdade, começa antes do exame. “Quando as questões chegam às mãos dos estudantes, elas já foram previamente classificadas de acordo com o nível de dificuldade. Esse processo tem fundamento estatístico, ou seja, elas já foram resolvidas por alunos de Ensino Médio. Posteriormente, foram incluídas no Banco Nacional de Itens e, finalmente, selecionadas para compor o exame”, explica
A fase final de aplicação acontece após o Enem, quando um sistema de cálculo atribui valor para cada questão acertada por cada estudante, conforme seu desempenho por nível de dificuldade das questões. Apesar da complexidade, o sistema desvaloriza os acertos das questões difíceis para quem não pontuou nas fáceis, considerando esses acertos como sorte (ou chute), e não proficiência.
"No entanto, mesmo que de maneira balanceada, todos os erros e acertos são considerados", destaca Tadeu, que complementa: “Se colocarmos lado a lado dois estudantes que acertaram o mesmo número de questões, terá mais pontos aquele cujos acertos forem mais coerentes para calcular a proficiência. Trata-se de uma avaliação de habilidades, portanto o acerto de uma única questão difícil por alguém que acertou somente questões fáceis não pode revelar uma alta proficiência para essa pessoa”.
Enem
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) chega a sua 15ª edição em 2013 tendo se consolidado como um dos índices de avaliação da educação brasileira e também como principal meio de acesso às universidades públicas do Brasil. Atualmente, apenas duas das 10 principais instituições federais ainda não adotaram a prova para ingresso por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), situação que, seguindo a tendência atual, deve atingir 100% de adesão nos próximos anos.
Neste ano, foram mais de 7 milhões de inscritos que podem concorrer a cerca de 1,1 milhão de vagas em instituições públicas e privadas, por meio do Sisu, do Programa Universidade para Todos (Prouni) e do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). As provas ocorrem sábado e domingo e, nos dois dias.
No primeiro dia, a partir das 13h (horário de Brasília – consulte abaixo o horário do Enem em seu Estado), serão aplicados os testes de Ciências Humanas e suas Tecnologias e Ciências da Natureza e suas Tecnologias. Os candidatos têm 4h30 para resolver as questões. Já no segundo dia, novamente a partir das 13h (de Brasília), serão aplicadas as provas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias e Redação. Neste dia, em virtude do texto que precisa ser feito, há uma hora a mais no tempo total de resolução do teste.
Veja os horários das provas em cada Estado
HORÁRIO DE BRASÍLIA
INÍCIO ÀS 13H
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MENOS 1 HORA DE BRASÍLIA
INÍCIO ÀS 12H
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MENOS 2 HORAS DE BRASÍLIA
INÍCIO ÀS 11H
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Rio Grande do Sul |
Alagoas |
Acre |
Santa Catarina |
Amapá |
Amazonas |
Paraná |
Ceará |
Roraima |
Minas Gerais |
Maranhão |
Rondônia |
Espírito Santo |
Mato Grosso do Sul |
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Rio de Janeiro |
Mato Grosso |
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São Paulo |
Tocantins |
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Distrito Federal |
Pernambuco |
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Goiás |
Pará |
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Piauí |
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Rio Grande do Norte |
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Sergipe |
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Paraíba |
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Bahia |
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O gabarito oficial do Enem 2013 será divulgado na página do Inep, órgão responsável pela realização do Exame, até o dia 30 de outubro.