Afinal, quem ganha com o voto aberto ou com o voto secreto?
Os parlamentares, agora, estarão expostos, nas votações, aos eleitores e ao executivo.
Como dizia o saudoso Vicente Matheus, “uma faca de dois legumes”!
As votações poderão deixar em xeque os deputados e senadores que forem contrários, mas contrários a quem, aos interesses do povo ou aos interesses do executivo?
As pressões virão de todos os lados e as chantagens também.
As votações em aberto só terão sentido se as emendas dos parlamentares vingarem sem interferência do executivo, pois se mantiver a situação atual, tais emendas continuarão sendo utilizadas em barganhas, pelo executivo, para que seus projetos tenham sucesso no Congresso.
Ficar refém em qualquer situação é ruim, mas em contrapartida os parlamentares poderão ser mais claros em seus posicionamentos.
O caso Donadon deixou um momento de reflexão. Os mesmos parlamentares que votaram para a manutenção do mandato de Donadon, foram os mesmos que votaram de forma unânime para que o voto secreto acabasse.
“8 ou 80”, duas maneiras de pensar e de agir em um curto espaço de tempo.
Há alguma lógica nisso? Talvez, por um lado prevendo situações futuras e de outra pensando que no próximo ano haverão eleições gerais para deputados e senadores.
Brasília tornou-se um caldeirão nos últimos meses. Decisões tomadas pelo executivo em um dia eram desistência certa no dia seguinte. Escândalos com assessor acusado de estupro de menor e soberania manchada por espionagem com claros interesses comerciais desaguaram em um mar de tormenta infindável.
Mas, há esperança!
O povo que foi às ruas, o verdadeiro, não o que não passa de massa de manobra, ditou novos rumos que, se não forem seguidos, tornarão esquecidos e relegados ao passado, os que estão em suas confortáveis cadeiras hoje.
Nas redes sociais a palavra de ordem é “O Povo Acordou” e pelo que notamos continua com uma insônia gigantesca.
Senhores deputados e senhores senadores da república, acordem junto com o povo, senão sonhos tornar-se-ão pesadelos.
Sigam as direções indicadas a cada dia, a cada hora, pelo emaranhado de opiniões e ideias que povoam as redes sociais.
Estejam preparados, pois promessas não realizadas serão cobradas na fatura eleitoral de 2014 e isso vale tanto para cargos do legislativo como do executivo.
Desta vez não será possível maquiar e os marketeiros de plantão já se aperceberam dessas mudanças que irão nortear suas campanhas milionárias no próximo ano.
* Vicente Barone é analista político, editor chefe do Grupo @HORA de Comunicação e foi professor de Marketing para 3º e 4º graus
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