O mercado de gás natural do Brasil avançou muito nos últimos dez anos. No começo do ano 2000, a participação do gás natural na matriz energética Brasileira era da ordem de 3% e agora estamos na casa dos 10%. Um aumento muito significativo e esse avanço se deve principalmente a dois fatores: ao início da operação do gasoduto Bolívia-Brasil, em 1999, que disponibilizou gás para viabilizar o aumento do uso desse combustível e ao PED – Programa Estadual de Desestatização, que possibilitou a entrada de investidores com fôlego para desenvolver esse mercado aqui no Estado de São Paulo, que responde por mais de 30% de todo o gás distribuído no Brasil.
Além dos avanços já obtidos, as perspectivas de crescimento são bastante positivas, pois São Paulo é um estado privilegiado. É o único da federação que tem 3 fontes de suprimento de gás natural (da Bolívia, de Santos de Campos, no RJ) e temos no nosso quintal, a cerca de 200 km da costa, uma das maiores reservas brasileira de gás, que começa a entrar em produção, no pré-sal. Há gás muito mais que o suficiente para abastecer o Estado e em todas as suas demandas.
O gás natural é um combustível premium dentre os fósseis, é mais limpo e sua queima tem a menor emissão de particulados e é praticamente isento de enxofre. É ideal para a complementação dos renováveis como a energia solar, a biomassa e a eólica. É um combustível seguro e sua logística, via dutos, além de tirar caminhões da rua para a entrega a granel de outros combustíveis, colabora para o meio ambiente e também para a conservação das vias públicas e melhoria do trânsito.
Seu uso é muito diversificado: na indústria, com larga vantagem ambiental em relação ao óleo combustível; no transporte (GNV); na residência levando mais conforto para os lares e também para a produção de energia elétrica.
O Estado de São Paulo precisa se posicionar nesse momento em que todas as projeções indicam um potencial muito grande da existência de gás natural no nosso litoral a “Bacia de Santos”. Precisa de esforços no sentido de criar um ambiente que estimule investimentos na diversificação da oferta, promova a disponibilidade em grande escala e em níveis capazes de estimular a produção industrial e o investimento em sua expansão, gerando empregos, divisas e arrecadação.
* Orlando Morando, deputado estadual, coordenador da Frente Parlamentar em Apoio a Exploração do Gás Natural no Estado de São Paulo
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