Uma visita nada franciscana

 

Opinião - 26/03/2013 - 16:47:12

 

Uma visita nada franciscana

 

Orlando Morando * .

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Orlando Morando é deputado estadual PSDB

Orlando Morando é deputado estadual PSDB

Enquanto o Papa Francisco chega ao Vaticano com humildade, preocupação social e moderação, a viagem da presidente Dilma Rousseff a Roma para a missa inaugural do novo papa custou aos cofres públicos cerca de R$ 324 mil, ou seja, cerca de mil cestas básicas.

Logo após ser eleito, papa Francisco recusou a limunise oficial e preferiu usar o mesmo ônibus de todos os outros cardeais, além disso, usa vestimenta litúrgica simples e preferiu que o anel do pescador, símbolo do poder papal, fosse de prata e não de ouro. Ele também, sempre que possível, vai ao encontro da multidão para cumprimentar as pessoas e beijar as crianças, sinalizando que irá transformar seu papado mais popular, simples e, ainda, mais próximos das pessoas a fim de criar mais justiça social.

Diferentemente do exemplo da comitiva brasileira em Roma. A presidenta Dilma, quatro ministros, assessores mais próximos e seguranças fizeram questão de se hospedaram num dos hotéis mais sofisticados da cidade. A diária da suíte presidencial custou cerca de R$ 7.700, enquanto o quarto mais barato ficou por R$ 910. Lembrando que a presidenta não quis ficar na residência oficial da Embaixada do Brasil, instalada num amplo palacete no centro histórico de Roma e que costuma receber mandatários do país, onde não teria nenhum custo de hospedagem.

A importância da presença da presidenta Dilma em Roma, representando todos os brasileiros na entronização do Papa ninguém se discute, mas qual a explicação para o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, acompanhá-la na missa inaugural do novo papa a não ser passear na Itália com dinheiro público? Isso sem falar das extravagâncias cometidas com o consumo diário nesses três dias de viagem que não foram publicadas, como por exemplo, os rótulos de vinhos que foram consumidos, entre outras regalias.

Desta vez, se comparado a outros episódios de desperdício de dinheiro público, a presidenta não vai poder falar que não sabia de nada. Como está ligada diretamente, cabe somente a ela, dar explicações ao povo brasileiro, para não se contradizer.

A chefe da nação tem colocado como marca de seu governo a moralidade, economicidade e dizendo que um país rico é um país sem miséria. Os gestos valem mais do que mil palavras e a presidenta não poderia ter dado esse mal exemplo ao país, que ainda sofre com a extrema pobreza, desperdiçando dinheiro público com mordomias e regalias para ela e sua comitiva.

A presidenta Dilma poderia ter se inspirado na humildade e simplicidade do Papa Francisco e ter seguido o seu exemplo, que foi pagar que fez questão de pagar a conta das suas diárias, onde ficara hospedado antes de se confinar com os demais cardeais na capela Sistina. Mas como isso, infelizmente não deve ocorrer, a certeza que fica é que a visita da presidenta e toda a comitiva brasileira ao Vaticano foi cordial, porém, nada franciscana.

* Orlando Morando, deputado estadual, PSDB

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