Após horas de reunião, a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou, na madrugada desta quarta-feira (noite de terça no horário local), o acordo que anula os efeitos do "abismo fiscal". O compromisso, que mantém cortes de impostos para a classe média e o aumento das taxas sobre os mais ricos, foi previamente aprovado pelos senadores na madrugada de terça-feira.
Os legisladores aprovaram sem mudanças, por 257 votos a favor e 167 contra, o projeto encaminhado pelo Senado, que mantém as reduções tributárias para a maioria dos americanos e adia por dois meses os drásticos cortes automáticos nos gastos públicos. A proposta segue para sanção do presidente Barack Obama.
O acordo foi votado em tom de urgência, já que, na próxima quinta-feira, será empossado um novo Congresso, saído das eleições de 6 de novembro, e os projetos que não tiverem sido adotados, como seria o caso do pré-acordo fiscal do Senado, serão cancelados.
Entre outras medidas, o acordo do Senado transforma em permanente o nível atual da carga tributária para 98% das famílias e 97% dos pequenos negócios.
Por outro lado, eleva o imposto para os casais com rendas anuais superiores a US$ 450 mil, que voltarão a contribuir com uma taxa de 39,6%, como era há duas décadas, em vez dos 35% atuais. Trata-se da primeira alta de impostos produzida nos EUA com apoio bipartidário em 20 anos.
O acordo não prorroga, no entanto, o rebaixamento temporário das retenções sobre os salários aprovadas pelo presidente Barack Obama dentro das medidas de estímulo à economia.
Através dessa combinação de altas dos juros e redução de certas deduções para os mais abastados, o Governo espera arrecadar US$ 620 bilhões em novas receitas nos próximos dez anos.