Morre Kim Jong-il, líder da Coreia do Norte, aos 69 anos

 

Internacional - 20/12/2011 - 07:23:40

 

Morre Kim Jong-il, líder da Coreia do Norte, aos 69 anos

 

Da Redação com EFE

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Norte-coreanas entram em desespero e recebem ajuda após saberem da morte do "grande líder"

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O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-il, 69 anos, morreu, informou ontem, segunda-feira, a televisão estatal do país comunista, a KCTV. Kim morreu no último sábado, mas sua morte só foi anunciada nesta segunda-feira pela mídia local. Pouco depois do anúncio, o Exército da Coreia do Sul declarou um alerta em Seul por causa da morte do líder do país vizinho, enquanto o governo sul-coreano estabeleceu um plano de emergência.

Segundo um comunicado publicado da rede norte-coreana e divulgado pela agência sul-coreana Yonhap, o chefe do regime norte-coreano, um dos mais isolados do mundo, morreu no último sábado, às 8h30 locais (21h30 de sexta-feira em Brasília), por causa de "fadiga física" durante uma viagem de trem. Seu funeral, de acordo com a KCTV, está marcado para o dia 28, na capital Pyongyang.

"Nosso querido líder Kim Jong-il morreu no sábado 17 às 8h30 enquanto viajava para realizar suas funções de liderança", disse, entre lágrimas e com traje de luto, a apresentadora do canal norte-coreano. A KCTV detalhou que Kim "morreu de um grande esforço mental e físico" durante uma viagem de trem.

Kim Jong-il estava à frente da dinastia comunista hereditária norte-coreana desde 1994, quando assumiu o poder após a morte de seu pai e fundador do país, Kim Il-Sung. Foram 17 anos governados com mão de ferro em um regime baseado no culto à personalidade. Mas desde a apoplexia sofrida em 2008, suas aparições públicas foram poucas e nelas mostrava uma figura cada vez mais frágil e decrépita, embora sempre com seus inseparáveis óculos de sol e uniforme militar, que se transformaram em sua marca registrada.

Países vizinhos reagem com cautela à morte de Kim Jong-il

Os países vizinhos à Coreia do Norte responderam com cautela à notícia da morte de Kim Jong-Il, nesta segunda-feira, já que as perspectivas de uma transição interna trouxeram uma nova camada de imprevisibilidade ao regime nuclear. A Coreia do Sul colocou seu Exército em alerta depois que a notícia da morte de Kim surgiu do hermético Estado, e o Japão, que também já foi atacado por Pyongyang no passado, reuniu o gabinete de segurança emergencialmente.

Pequim - uma aliada que teme que o colapso do regime possa levar milhões de refugiados para suas fronteiras - ofereceu suas condolências ao receber a notícia de que Kim Jong-Il sofreu um ataque cardíaco fatal. Alguns Estados europeus expressaram suas esperanças de que a morte do "querido líder" possa ser um divisor de águas para o país stalinista isolado e pobre.

Seul entrou rapidamente em contato com Washington, que tem 28.500 militares na Coreia do Sul, e agiu para reafirmar a aliança de segurança em que se baseia há tempos para conter a Coreia do Norte. Um porta-voz do ministro da Defesa disse em Seul: "todos os comandos estão em alerta e a Coreia do Sul e os EUA reforçam a inteligência militar compartilhada".

O presidente dos EUA, Barack Obama, ligou para seu amigo e líder sul-coreano, Lee Myung-Bak, para falar sobre a morte do ditador, de 69 anos. "O presidente reafirmou o forte compromisso dos Estados Unidos com a estabilidade da península coreana e com a segurança de nosso aliado próximo, a República da Coreia", disse a Casa Branca.

O secretário americano de Defesa, Leon Panetta, e seu colega sul-coreano, Kim Kwan-Jin, também conversaram por telefone e "concordaram que é crucial se manter prudente com tudo o que está relacionado com a postura de segurança" na Coreia do Norte. Panetta "pediu que se mantenham informados mutuamente nos próximos dias", revelou aos jornalistas o secretário de imprensa, George Little.

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, pediu uma "transição estável e pacífica" na Coreia do Norte e afirmou que os Estados Unidos desejam ter melhores relações com o povo norte-coreano após a morte do líder Kim Jong-Il. O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, um ex-ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, estendeu sua simpatia ao povo da Coreia do Norte "neste momento de luto nacional" e prometeu reforçar a ajuda para aliviar a crise alimentar.

A Assembleia Geral da ONU, entretanto, reforçou as sérias preocupações sobre "tortura e condições desumanas de detenção, execuções públicas, detenções arbitrárias e extra-judiciais" na Coreia do Norte. Tóquio ofereceu inusitadamente suas condolências, acrescentando que espera que não haja "nenhum impacto adverso na paz e na estabilidade da península coreana".

O primeiro-ministro Yoshihiko Noda disse que ordenou a ampliação da coleta de informações sobre a Coreia do Norte, para trabalhar de perto com os EUA, a China e a Coreia do Sul visando enfrentar acontecimentos inesperados. Ao menos 50 mil militares americanos estão no Japão, que não tem relações diplomáticas com Pyongyang e ocasionalmente troca farpas com o estado isolado sobre algumas questões, incluinso o sequestro de japoneses.

Na China, um porta-voz do ministro das Relações Exteriores disse: "estamos chocados em saber que o líder mais importante da República Democrática Popular da Coreia, Kim Jong-Il, morreu. Expressamos nossas condolências e enviamos nossos sinceros sentimentos ao povo norte-coreano".

A China provavelmente deve ficar sob pressão internacional para dissuadir o regime de realizar mais provocações militares como aquelas que sacudiram a Ásia ano passado quando a Coreia do Norte bombardeou uma ilha fronteiriça. O presidente da União Europeia, Herman Van Rompuy, disse que "a UE está monitorando a situação mais de perto e contamos com o futuro líder coreano para se comprometer com a paz e a estabilidade na península coreana".

O Reino Unido expressou suas esperanças de que a morte de Kim seja um divisor de águas. "Esperamos que o novo líder deles possa reconhecer que o comprometimento com a comunidade internacional oferece a melhor perspectiva de melhorar a vida da população da Coreia do Norte", disse o secretário das Relações Exteriores, William Hague.

A Alemanha, dividida até 1990, também vê uma "chance para que as coisas mudem", enfatizando que a Coreia do Norte deve desistir primeiro de seu programa nuclear e melhorar a "catastrófica situação social de seu povo". O presidente Venezuelano, Hugo Chávez, ofereceu suas "mais sinceras simpatias" e expressou "confiança na habilidade dos coreanos para conduzir o próprio futuro para a prosperidade e a paz".

Morre Kim Jong-il
O líder norte-coreano, Kim Jong-il, morreu nesse sábado, 17 de dezembro, vítima de "fadiga física", quando realizava uma viagem de trem. Sua morte só foi anunciada nessa segunda, 19, pela agência estatal norte-coreana. Após receber a notícia, o governo e o Exército da Coreia do Sul entraram em estado de alerta, enquanto a população da Coreia do Norte chorava o falecimento do líder, que abre espaço para ascensão de seu filho, Kim Jong-un, provável herdeiro em Pyongyang.

Jong-il, 69, comandava a Coreia do Norte desde 1994, após a morte de seu pai, Kim Jong-sun, fundador do país. Durante 17 anos, cultivou um dos regimes mais fechados do mundo, baseado no culto de si e do sistema comunista. O governo hermético não impediu que idiossincrasias de Jong-il viessem a público, como o autoproclamado título de inventor do hambúrguer, formando a imagem complexa de um líder excêntrico de um país isolado do mundo, cujo futuro na península coreana é agora incerto.

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