Diante do ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi (PDT), senadores pedetistas defenderam nesta quinta-feira, durante audiência na Comissão de Assuntos Sociais, a saída do representante do partido na Esplanada dos Ministérios e o desembarque da legenda do primeiro escalão do governo federal.
Lupi retornou ao Senado após a divulgação de que ele teria mentido ao negar que viajara ao Maranhão a bordo de um avião providenciado pelo diretor de uma ONG que detém contratos milionários com o Ministério do Trabalho. A aeronave para que o ministro cumprisse agenda oficial em sete municípios maranhenses teria sido providenciada por Adair Meira, que controla ONGs com contratos de cerca de R$ 14 milhões com a pasta.
A mistura de interesses públicos e privados, como caronas fornecidas por empresários, é proibida pelo Código da Alta Administração Pública Federal, que reúne um conjunto de condutas éticas esperadas de agentes públicos. "Precisamos pensar se não é hora do PDT, não falo do Lupi, apear-se do governo. A idéia é o PDT apear e não indicar ninguém. A saída permitira nos reaglutinar na busca de uma identidade que está um pouco perdida. Era bom sair de todos esses debates que estão sendo feitos entre palavras, como 'alugar', 'indicar', 'conhecer' ou 'ser amigo pessoal'", opinou o senador Cristovam Buarque (PDT-DF).
"O PDT deve se afastar porque nesse ministério não detém mais a confiança. A questão jurídica vai ser tratada a seu tempo, mas politicamente esses fatos são graves. Acredito que o PDT deve se afastar do Ministério do Trabalho. É a minha opinião e fui eleito para isso", afirmou o senador Pedro Taques (PDT-MT).

Mais cedo, durante o depoimento, Lupi havia negado que tem "relação pessoal" com o empresário Adair Meira, diretor de organizações não-governamentais (ONGs) que mantêm contratos com a pasta e informara que não sabia quem pagou a aeronave utilizada na viagem pelo Maranhão. "Quem tem que explicar pagamento de aeronave não sou eu. Não tenho obrigação de saber. Não pedi a aeronave, não solicitei a aeronave", comentou o ministro.