Conan é um homem de poucas palavras - para sorte de seu limitado intérprete, o havaiano Jason Momoa, das séries Game of Thrones e Baywatch - e de ações banhadas com muito sangue.
Conan, o Bárbaro, que estreia nesta sexta-feira em cópias convencionais e 3D (ambas com opções dubladas e legendadas), reinventa o personagem que foi levado ao cinema no começo dos anos 1980 por Arnold Schwarzenegger, agora sob a direção de Marcus Nispel, cujo currículo inclui remakes de Sexta-feira 13 e O Massacre da Serra Elétrica.
De um diretor cuja filmografia pouco se pode esperar, é uma surpresa que Conan seja apenas sem graça - poderia ser bem pior.
A narrativa, assinada por três roteiristas, a partir do romance original de Robert E. Howard, não perde tempo com preâmbulos. O bebê Conan nasce de uma intervenção que parece ter sido uma das primeiras cesarianas da história, quando sua mãe, ferida e à beira da morte, pede ao marido (Ron Perlman) que corte seu ventre e retire o bebê, pois quer vê-lo antes de morrer.
Anos mais tarde, o garoto (Leo Howard) prova sua coragem e destreza ao matar e decapitar sozinho, um grupo de bárbaros mais bárbaros que os da sua aldeia ¿ pois estes são capazes de organizar frases, enquanto os outros brucutus se comunicam apenas por grunhidos. Mas quando a aldeia é dizimada, Conan (agora Momoa) cai no mundo e se torna um mercenário, em busca de vingança.
Conan, o Bárbaro é uma espécie de versão de O Senhor dos Anéis feita para ser exibida no lugar de uma luta de MMA. Tudo se resume a pancadaria e sangue. Até a deslocada cena de sexo entre Conan e uma sacerdotisa puro-sangue, Tamara (Rachel Nichols), parece uma cena de luta.
O único humor do filme vem das poucas falas declamadas com certa pompa, como se fossem grandes profecias ou algo que o valha. E procurar alguma relação entre Conan e os acontecimentos do 11 de setembro de 2001 talvez seja dar crédito demais a um filme de pancadaria. Nesse sentido, o longa de Nispel cumpre o que promete, embora não vá além disso.
Assista ao trailer legendado abaixo.