“Quando a intenção é não atender, prepara-se um plano que será rejeitado”, protestou o vereador Admir Ferro, líder da bancada do PSDB na Câmara de São Bernardo sobre o recuo da administração do prefeito Luiz Marinho em relação ao Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração.
“O Legislativo aprovou tudo o que o prefeito pediu. Aceitou prorrogar os prazos, mas percebemos que não é intenção desta administração fazer o Plano evoluir. O plano não vai sair,” ressaltou.
A administração e os funcionários não chegaram ao entendimento em relação ao plano, dois anos e meio após o início do atual governo. Para os funcionários, a proposta do prefeito retira direitos adquiridos e não faz justiça em relação a históricas distorções da carreira do funcionalismo público.
“É mais uma promessa de campanha que o prefeito deixa de cumprir”, disse Admir Ferro, da tribuna da Câmara sob intensos aplausos de lideranças do Sindicato e de associações representantes de funcionários e aposentados que compareceu ao Legislativo para protestar contra a indiferença da administração em relação aos interesses dos funcionários.
Fuprem
Admir Ferro comentou também o projeto que o prefeito enviou sugerindo mudanças no Fundo de Previdência dos funcionários. “Sou a favor da criação de uma autarquia, porém não na forma como o prefeito pretende, porque se trata de um recuo. No formato proposto, com três representantes eleitos pelos funcionários e três nomeados pelo prefeito – no Conselho Administrativo – e dois eleitos e outros dois nomeados no Conselho Fiscal as questões tendem a caminhar para empates que seriam resolvidos por representantes do prefeito.”
O vereador ressaltou que o projeto que Marinho enviou à Câmara cria cargos de diretor superintendente; diretor administrativo e financeiro; diretor previdenciário e diretor jurídico previdenciário, todos nomeados pelo prefeito.
“Cargos com altos salários – diz – e não há no projeto qualquer vinculação para que sejam funcionários da Prefeitura. Pior: é dada atribuição ao diretor superintendente resolver os casos de empate do Conselho Administrativo e do Conselho Fiscal. Corremos o risco – acentua – de o prefeito trazer gente de fora, estranha à realidade do município – como já ocorre no secretariado - para gerenciar os recursos dos funcionários”, conclui.
Admir lembra que a assessoria jurídica da Câmara levantou diversas distorções no projeto “que merece ser analisado com atenção por esta Casa.”