O projeto para a revisão do teto da dívida dos Estados Unidos feita pelo Partido Republicano foi aprovada na Câmara dos Representantes do país no início da noite desta sexta-feira. O projeto amplia o teto da dívida em US$ 900 bilhões, valor que é considerado uma solução no curto prazo, e cortes de US$ 917 bilhões em gastos ao longo dos próximos dez anos. Eram necessários ao menos 216 votos favoráveis para que ele fosse aprovado. O projeto de lei segue agora para o Senado, que deve votá-lo ainda nesta noite.
A proposta americana propõe cortes de gastos de US$ 1,2 trilhão em 10 anos, limites nos gastos de defesa e reduzir o teto da dívida gradativamente a US$ 1,6 trilhão. Os republicanos querem ainda instituir uma comissão especial para propor mais cortes que seriam necessários para o teto da dívida e exigir uma votação no final do ano em uma alteração orçamental equilibrada com a Constituição.
A proposta republicana foi aprovado pela contagem de 218 votos a favor e teve ainda 210 contrários. O projeto segue agora para o Senado, que é controlado atualmente pelos democratas. A expectativa é de que o partido do presidente Barack Obama vote contrariamente ao projeto de lei John Boehner, o líder da articulação republicana da Câmara, e aprove a proposta do senador e líder democrata Harry Reid. Os democratas se mostram contrários ao projeto por considerá-lo apenas uma solução para os próximos meses. O partido, por sua vez, sugere cortes de gastos na ordem de US$ 2,2 trilhões nos próximos dez anos.
A aprovação do projeto quebra semanas de inércia política e abre a possibilidade para conversas sobre um compromisso que pode passar pelo Congresso antes da terça-feira, quando o governo diz que ficará sem recursos para pagar suas contas sem um acordo. Caso o compromisso seja alcançado, uma votação final no Senado pode ocorrer já na segunda-feira ou até as 12h de terça-feira, segundo um assessor democrata.
Entenda o caso No último dia 16 de maio, os Estados Unidos atingiram o limite legal de endividamento público - de US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 22,2 trilhões). Na ocasião, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, anunciou medidas temporárias, como a suspensão de investimentos em fundos de pensão, a fim que evitar que a dívida ultrapassasse esse limite. No mesmo mês, o líder republicano na Câmara dos Representantes, John Boehner, afirma que a ampliação do teto da dívida deve ser acompanhada por cortes de gastos proporcionais. No dia 31, a Câmara rejeita uma proposta republicana para um novo limite da dívida.
No dia 29 de junho, o Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou que os EUA devem levantar o seu limite de endividamento rapidamente para evitar um "choque severo" aos mercados globais e uma recuperação ainda mais frágil de sua economia. Obama sugere novas medidas para estimular o crescimento do emprego e indica o aumento de impostos sobre a camada mais rica da população. Os republicanos se concentram em debater a diminuição do déficit do país.
Levantamentos do governo apontam que o país deve ultrapassar o chamado "teto de sua dívida" no próximo dia 2 de agosto. Negociações entre o presidente Barack Obama e o líder republicano John Boehner seguem, mas não conseguem romper o impasse a respeito do tema.
Os republicanos, que fazem oposição ao presidente Obama e controlam a Câmara dos Representantes - o equivalente à Câmara dos Deputados -, exigem que um acordo para elevar a dívida esteja condicionado a cortes no orçamento americano para reduzir o déficit, calculado em cerca de US$ 1,2 trilhão para o ano fiscal que termina em setembro. Por sua vez, o governo americano e o Partido Democrata tem um plano diferente do aprovado na Câmara para o Senado.
Antes da aprovação do plano republicano na Câmara dos Representantes na sexta-feira (29), o presidente Barack Obama voltou a pedir que o povo pressionasse as autoridades para que o aumento do teto da dívida fosse aprovado. Segundo o presidente, os EUA podem evitar que o não pagamento das dívidas aconteça e que esse é um dever dos políticos.
Para entrar em vigor, o acordo por um novo teto da dívida deve ser aprovado primeiro na Câmara dos Representantes e depois pelo Senado americano.
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