Os “remendos” nas ruas, feitos por empreiteiras da Sabesp, estão com os dias contados. O prefeito de Praia Grande, Roberto Francisco dos Santos, ao lado do secretário de Obras de Praia Grande, Luiz Fernando Lopes; dos deputados federal, Alberto Mourão, e estadual, Cássio Navarro; se reuniu com a presidente da Sabesp, Dilma Pena, na quinta-feira (3), na Capital, onde reivindicaram um pacote de serviços de melhorias para cidade.
Munido de um “dossiê”, com quatro encadernações que ultrapassam mil páginas com fotos de ruas e nomes, mostrando o serviço de remendo do asfalto, o prefeito solicitou a Dilma Pena que a Sabesp assuma o ônus de todos os serviços que foram feitos pela empresa e que causaram problemas de pavimentação no Município.
Esses serviços foram divididos em três formas: a questão da rede muito antiga, da década de 70 na qual a Sabesp precisa fazer uma rede nova tendo ainda que injetar “nata de concreto” para que não haja afundamento do solo na via, em que haja problema do asfalto na parte superior, feito de forma inadequada.
“São aproximadamente 40 quilômetros, do Bairro Aviação ao Canto do Forte, da praia ao Xixová. Pedimos para que, em relação ao asfalto, a Sabesp repasse o recurso que a prefeitura asfalta”, disse o prefeito. A previsão da Sabesp é de iniciar essas obras a partir de junho deste ano.
Outro serviço é para as ruas em que a Sabesp fez obras recentemente. As empreiteiras serão acionadas para assumir a recuperação do asfalto. Já o último item, mas não menos importante, é que em todas as ruas em que há problema de recapeamento e que a Sabesp não tem garantia das empreiteiras, também haverá repasse para Prefeitura. “Nas ruas em que serão repassados recursos para Cidade, serão priorizadas as vias mais importantes e depois as restantes”, disse o prefeito.
Roberto Francisco destacou que esses problemas interferem no cotidiano da população, que responsabiliza a prefeitura pelos serviços de má qualidade. “A Sabesp vem durante anos fazendo obras, e estamos sofrendo com as ligações de água e rede de esgoto nova agora, porque as empreiteiras fazem o serviço muito mal feito. Já reivindiquei ao antigo presidente da Sabesp, mas precisamos resolver este problema logo”.
A pedido do prefeito, Dilma ainda se comprometeu a ajudar o Município com investimentos que farão parte do contrato de concessão, que será assinado pela prefeitura, prorrogando os serviços na Cidade. “Os extravasores do Bairro Canto do Forte ao Mirim, serão recuperados e terão as elevatórias automatizadas. Os do Mirim ao Solemar, a empresa terá que recuperar, além dos extravasores e das elevatórias, a rede coletora na faixa de areia, de fibra de vidro, que foi quebrada pela Sabesp nas obras do Onda Limpa. A tubulação de concreto armado que fica na rua fica obstruída por areia, ela terá que limpar a tubulação”.
No Bairro Caieiras a Prefeitura espera concluir os serviços de rede de esgoto e pavimentação executados entregando à Sabesp nos próximos dias.
Atenta às reivindicações, Dilma se dispôs a colaborar com a prefeitura. “São reivindicações pertinentes, para resolver problemas estruturais de Praia Grande, alguns decorrentes de intervenções feitas há muito tempo, mas que precisam ser corrigidos. Para resolver o problema da rede de esgoto da área central, que não entrou no programa Onda Limpa, já temos projeto, recurso assegurado, e o edital de licitação será publicado nos próximos dias. Vamos também atender a solicitação do prefeito e a Sabesp vai administrar o sistema de canais das praias”.
Já sobre a recomposição asfáltica, Dilma disse que será feito um convênio para repassar a atribuição para a prefeitura com a remuneração devida. “Mas ainda sim, logo após o carnaval, vamos nos reunir com empreiteiras contratadas pela Sabesp, que estão fazendo obras e intervenções em Praia Grande, e cobrar delas um compromisso forte para cumprir os contratos de forma completa e rigorosa”.
Para o deputado federal e ex-prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão, que acompanhou todos os trabalhos, todos os serviços são emergenciais. “Já é um passivo antigo, desde quando eu era prefeito, e precisávamos discutir. A Dilma tem um trato diferente, é acelerada, determinada, e já tomou algumas atitudes, além de dizer o que tinha dificuldade financeira para fazer imediatamente, mas que tinha soluções a médio prazo. Temos que dar resposta a questão dos volumes de buracos excessivos que a Cidade tem; resolver a substituição da rede que é fundamental, que eu já tinha há algum tempo conseguido verba. Tínhamos que resolver a questão dos buracos que não estão envolvidos com a rede velha. A gestão da captação de esgoto que vai para o interceptor municipal também é fundamental que a Sabesp assuma”.
O deputado ainda levantou a discussão sobre a destinação final do lixo domiciliar para as cidades da região. “Precisamos avançar na discussão o qual propus, já que é responsabilidade da Sabesp assumir o destino final do lixo domiciliar. Essa é a única forma que a gente tem no sentido de buscar uma solução metropolitana, tendo em vista a dificuldade de se implantar uma usina de compostagem ou de incineração em uma única cidade. Acredito que se podem trazer grandes frutos para toda a região da Baixada Santista. Além do auto custo, corre o risco de não ter para onde levar tudo em alguns anos. Em nome da região e sociedade precisamos dar uma solução, mas é necessário vontade política”.
Participaram da reunião ainda o Superintendente da Sabesp na Baixada Santista, Joaquim Hornink Filho; e o Diretor de Sistemas Regionais, Luiz Paulo de Almeida Neto, que se comprometeram a visitar o Município na sexta-feira (11), para ver pessoalmente as questões abordadas.