O líder do PMDB na Câmara dos Deputados, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), afirmou nesta terça-feira que, a pedido do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), a decisão sobre o segundo escalão do governo federal (agências reguladoras e secretarias executivas dos ministérios) só será feita a partir de fevereiro. Segundo Alves, Temer pediu e contou com o aval da presidente Dilma Rousseff (PT) para que a discussão só seja feita após as eleições das mesas diretoras do Senado e da Câmara.
"O vice-presidente Michel Temer alegou que este não é o melhor momento para discutir o segundo escalão. Isso vai ser deixado para um segundo momento, porque não tem urgência. Quando o diálogo for reaberto, não será feito apenas com o PMDB, mas com toda a base aliada", afirmou o deputado.
Insatisfeitos com o fato de os petistas terem abocanhado a maior parte dos ministérios, cargos que compõem o primeiro escalão do governo Dilma, o PMDB tentará agora recuperar postos-chave e apresentar a lista de reivindicações ao governo.
Diante do impasse na distribuição de cargos Alves chegou a bater boca com o então ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Hoje, o parlamentar minimizou o incidente com o ministro. "Passou (o diálogo ríspido). Que não tenha mais esse tipo de atropelo ou desinformação", disse.
"Um ministro pode chegar até com boa vontade, quer montar sua equipe. É natural que chegue com esse ímpeto. Esse tempo é para governo fazer o levantamento desse mosaico de indicações partidárias. A decisão foi depois da coordenação política, que ia suspender tudo e deixar para fevereiro. O governo quer um tempo para levantar o quadro, quem é quem, indicado por qual partido", disse Alves.
Mais cedo, Temer havia informado que as negociações de cargos do segundo escalão estão suspensas à espera de mais diálogo em busca de um acordo. estão suspensas à espera de mais diálogo em busca de um acordo. "Não haverá uma decisão sem que haja diálogo entre os partidos aliados", disse, depois de acompanhar a cerimônia de posse do peemedebista Wellington Moreira Franco como ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.
O novo ministro negou que haja uma crise na disputa por cargos, dizendo que o problema "ainda está no campo da especulação". Ele ressaltou, contudo, que o esforço que os partidos devem fazer agora é para garantir a governabilidade. "Temos agora uma responsabilidade enorme com a população brasileira. Temos que fazer com que o governo avance e, para isso, é preciso tranquilidade e unidade", afirmou. "Sempre haverá divergência, mas precisamos resolver isso pelo entendimento".