As polêmicas em torno do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2010 receberam críticas da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). Estudantes reclamaram de erros na folha de respostas e na prova amarela. Os problemas foram reconhecidos pelo Ministério da Educação e pela gráfica responsável pela impressão das provas.
De acordo com o secretário geral da CNTE, Denilson Bento da Costa, as reclamações dos alunos são pertinentes. Porém, alerta que há uma pressão política da oposição contra o governo. Oposição que pretende criar elementos para acabar com o Exame. Ele afirma que o Exame é o único instrumento na história do Brasil que ampliou a possibilidade de acesso ao ensino superior para os estudantes de baixa renda.
“Tivemos ao longo da história alguns mecanismos no qual não se dava oportunidades aos jovens de ingressar em uma universidade, inclusive pública. O Enem foi um ganho enorme para os estudantes do Brasil. O Enem incentiva o professor da escola pública para trabalhar com questões direcionadas para o ingresso desses alunos nas universidades.”
Em relação aos erros, Denilson afirma que as formas de organização e aplicação do Exame devem ser repensadas.
“Deve ser feito um diagnóstico dos erros cometidos para serem corrigidos. No tocante a esta falha, deve ser reestruturado o Instituto que aplica, que é o Inep [Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais]. Assim, teremos condições de não cometermos esses erros, erros que já foram cometidos anteriormente.”
Neste ano o Enem teve 4,6 milhões de candidatos, sendo que 29% deixou de participar. Segundo o MEC, 21 mil provas tiveram erros na impressão. Criado em 1998, desde 2005 o Enem é pré-requisito para a seleção de bolsas de estudo no Programa Universidade para Todos (ProUni). Mais de 50 universidades já substituíram seus vestibulares pela nota do Enem.