Especial Eleições 2010
O ex-governador de Minas Gerais e senador eleito pelo Estado, Aécio Neves (PSDB), negou, em nota, nesta quarta-feira (20) que tenha ligação com o jornalista Amaury Ribeiro Jr. De acordo com reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, o jornalista, em depoimento de mais de 13 horas na semana passada, concedido à Polícia Federal, confessou que encomendou dados de lideranças tucanas ligadas ao presidenciável José Serra (PSDB).
Ainda de acordo com a reportagem, Amaury disse que iniciou os trabalhos de investigação sobre representantes do PSDB para "proteger" Aécio Neves. Na época, 2009, o então governador ainda pleiteava uma vaga de pré-candidato à Presidência da República.
A reportagem afirma, também, que as investigações apontam que Amaury, supostamente ligado ao grupo de inteligência da presidenciável Dilma Rousseff (PT), conseguiu, por meio do despachante Dirceu Rodrigues, dados da filha e do genro do candidato à presidência José Serra, Veronica Serra e Alexandre Bourgeois, do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, e de outros integrantes do partido.
Ainda segundo a reportagem, Dirceu confessou à PF que recebeu R$ 12 mil de Amaury Ribeiro Jr. para conseguir os dados dos dirigentes tucanos.
Confira a íntegra da nota do ex-governador mineiro:
"Repudio com veemência e indignação a tentativa de vinculação do meu nome às graves ações envolvendo o PT e o senhor Amaury Ribeiro Jr., a quem não conheço e com quem jamais mantive qualquer tipo de relação. Tal prática jamais fez parte da minha história política em 25 anos de vida pública. Como disse o senador Sergio Guerra (presidente nacional do PSDB), quem deve explicações aos brasileiros é o PT, já envolvido anteriormente na violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo e, agora, na quebra de sigilos fiscais de membros do PSDB. Lamento profundamente que tais ocorrências contaminem um processo eleitoral que deveria ser marcado pelo debate de ideais e de avanços para o país".
Nota do jornal
O jornal Estado de Minas, com sede em Belo Horizonte, citado por ter sido a empresa em que Amaury trabalhou por vários anos, também se defendeu por meio de um comunicado em seu site, no início da noite desta quarta (20).
Diz a nota, assinada pela direção: "O Estado de Minas é citado por parte da imprensa no episódio de possível violação de dados fiscais de pessoas ligadas à atual campanha eleitoral. Entende que isso é normal e recorrente, principalmente às vésperas da eleição quando os debates se tornam acalorados. O jornalista Amaury Ribeiro Júnior trabalhou por três anos no Estado de Minas e publicou diversas reportagens. Nenhuma, absolutamente nenhuma, se referiu ao fato agora em questão. O Estado de Minas faz jornalismo".