O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se absterá de responder ao pronunciamento de seu colega colombiano, Álvaro Uribe, que o questionou por supostamente referir-se à atual crise entre a Colômbia e a Venezuela como "um caso de assuntos pessoais", disse nesta quinta-feira seu porta-voz.
O chefe de Estado do Brasil "já tomou conhecimento das declarações (de Uribe) e não considera apropriado que elas sejam respondidas", disse Marcelo Baumbach, porta-voz da Presidência.
Baumbach se referiu ao comunicado divulgado hoje pela Presidência da Colômbia no qual Uribe se pronunciou sobre as declarações de Lula na véspera.
Uribe, segundo o comunicado, "deplora" que Lula, "com quem cultivamos as melhores relações, se refira a nossa situação com a República Bolivariana da Venezuela como se fosse um caso de assuntos pessoais".
Baumbach acrescentou que Lula não pretende modificar sua agenda para a próxima semana, que inclui uma visita a Caracas no dia 6 de agosto, a participação de um jantar com Uribe nessa mesma noite em Bogotá e a participação da posse de Juan Manuel Santos como novo presidente da Colômbia no dia 7 de agosto.
"Lula já disse em várias ocasiões que lamenta a situação (entre os dois países) e que considera a estabilidade das relações entre a Colômbia e a Venezuela, fundamental para a paz e o avanço da integração da região", afirmou Baumbach.
Segundo o porta-voz, Lula também "manifestou sua vontade de contribuir para o diálogo e, inclusive, mediar entre as partes, embora considere que o mais importante é que haja vontade de diálogo entre eles".
O porta-voz acrescentou que Lula confia que a reunião entre os chanceleres da União de Nações Sul-americanas (Unasul) hoje em Quito contribua para que o diálogo entre os dois países seja retomado.
Lula defende que é necessário "ter paciência" e "calma" até o dia 7 de agosto, quando Uribe entregará o cargo a seu sucessor.