O Exército de Israel abordou no meio da manhã deste sábado o navio irlandês Rachel Corrie, disse à agência Efe um porta-voz militar israelense. Segundo a fonte, não há registro de vítimas.
A abordagem ocorreu depois de a tripulação da embarcação irlandesa ignorar quatro chamados do Exército israelense para que desviasse a rota para um porto de Israel ao invés de seguir para Gaza.
"O navio foi embarcado e houve total cooperação da tripulação e dos passageiros a bordo", disse uma fonte militar à agência
Reuters.
Após a abordagem do Exército israelense, o navio será conduzido para o porto de Ashdod, ao norte da faixa palestina.
Israel tinha reiterado nos últimos dias que impediria com o uso de força a chegada do cargueiro Rachel Corrie a Gaza em caso da embarcação não desistir da intenção de romper o bloqueio israelense e chegar ao território palestino.
Ontem, a tripulação do navio já havia rejeitado a oferta feita por Israel através da Irlanda que atracasse em Ashdod e desembarcasse no porto israelense, situado ao norte de Gaza, a ajuda humanitária.
A proposta incluía ainda que representantes do navio acompanhassem depois a transferência da ajuda de Ashdod até Gaza.
Segundo o movimento Free Gaza, um dos grupos que organiza a expedição, o Rachel Corrie transporta 1,2 mil t de ajuda humanitária.
De acordo com o movimento, Israel utilizou de força na abordagem do navio. "Pela segunda vez em menos de uma semana, o comando naval israelense atacou um navio de ajuda desarmado, brutalmente fazendo os seus passageiros reféns e direcionando ele para o porto de Ashdod no sul de Israel", diz um comunicado emitido pela representante do Free Gaza Greta Berlin".
Contudo, Berlin afirma que ainda não há informações sobre a situação dos passageiros do navio. "Ainda não se sabe se algum passageiro do Rachel Corrie foi morto ou ferido durante o ataque, mas acredita-se que eles estejam ilesos".
Entre os passageiros 20 passageiros a bordo está a prêmio Nobel da Paz norte-irlandesa Mairead Maguire e um antigo subsecretário-geral das Nações Unidas, o irlandês Denis Halliday.
O Exército israelense atacou na segunda-feira outros seis navios do comboio de ajuda humanitária, da qual faz parte o navio irlandês.
Na abordagem, o Exército israelense matou nove ativistas turcos - um deles com dupla nacionalidade turco-americana - que viajavam em uma das embarcações. No ataque, em águas internacionais, dezenas de ativistas ficaram feridos.
O Rachel Corrie ficou para trás do comboio devido a problemas técnicos. O nome do navio irlandês é carregado de simbolismo. Rachel Corrie era uma ativista americana que em 2003 foi esmagada em Gaza por uma escavadeira militar israelense quando exercia papel de "escudo humano" impedindo a demolição de casas palestinas.