O presidente eleito de Honduras, Porfirio Lobo, disse nessa segunda que não vai medir esforços para conseguir que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheça as eleições realizadas no último domingo.
Lobo disse que fará "um esforço por que se normalizem essas relações (com o Brasil)". "Queria poder ligar para o presidente Lula já hoje. Vamos procurá-lo quantas vezes for necessário para conseguir que nos entenda e nos compreenda", afirmou.
O presidente eleito afirma que não sente urgência no reconhecimento de seu triunfo pela comunidade internacional, embora tenha dito que fará todos os esforços para que aqueles que não aceitam o pleito mudem de ideia. "Para mim o importante é que esperemos. Não tenho urgência que digam hoje. Eu gostaria que fosse assim, é o ideal, mas se eles consideram que é prudente ter mais tempo, perfeito", disse, em sua primeira entrevista coletiva após o triunfo.
Lobo afirma que conversou com alguns líderes internacionais, como o presidente da Costa Rica e mediador na crise hondurenha, Óscar Arias, o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, o presidente da Guatemala, Álvaro Colom, e o presidente de El Salvador, Mauricio Funes. "Há vários (presidentes) com quem falamos. Disseram que vão reconhecer, que vão nos ajudar a fazer com que outros nos reconheçam também. É um tema que pouco a pouco vamos resolvendo", disse.
Embora reconheça a importância de todas as nações, Porfírio Lobo afirmou que "não há dúvida de que o país mais importante são os Estados Unidos. Nos EUA vivem 1 milhão de hondurenhos e o país centro-americano envia aproximadamente 40% de suas exportações para o território norte-americano. A eleição teve o apoio do governo dos EUA.
Mais uma vez, Lobo evitou pronunciar-se sobre o futuro do deposto presidente Manuel Zelaya, derrubado no último dia 28 de junho em um golpe de Estado. "É um tema que os dois (Zelaya e o presidente interino Roberto Micheletti) aceitaram que o Congresso decidirá, portanto eu deixo que o Congresso siga atuando. Eu vou olhando em direção ao futuro", afirmou, lembrando da discussão marcada para a próxima quarta-feira. "Espero que o Congresso tome a melhor decisão", indicou, sem especificar qual é sua opinião sobre a questão.